8 - Perdendo Tempo

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Alicia voltou pra casa de táxi levando um vidrinho com a pílula na bolsa.

O casal enamorado e feliz com a transformação parecia ser o exemplo perfeito do seu sonho de ser mãe. Suzana vivia falando em adotar, pois sonhava em engravidar e a vida de modelo uma hora ia acabar.

Claro que Alicia tinha uma situação financeira boa por conta da sua família e viviam numa casa pronta pra receber uma família, mas como convencer sua paixão de que seu futuro era mais que suas noites de prazer?

A oportunidade de eliminar a intromissão de terceiros no seu desejo de plantar sua semente no mundo punha um sorriso inoxidável na sua face, o taxista sorria a vendo no retrovisor.

– Já chegamos, boa noite pra senhorita, bom descanso – Parou na frente da mansão como pedido e abriu a porta pra Alicia muito educado.

– Boa noite, bom serviço pro senhor. – Continuou sorrindo e mal olhou pra cara do sujeito, a cabeça cheia de perguntas a respeito do que poderia fazer a pílula ter um efeito mais potente.

Pesquisou algumas horas na internet sobre o assunto e fez uma lista de produtos que poderiam ajudar, presumivelmente.

Dormiu brilhando de tão feliz, rindo-se do brinquedo de Suzana dentro da gaveta debaixo das calcinhas. – Seus dias estão contados...

No celular, Suzana enviava fotos da viagem, visitando lugares com a trupe da revista que a fotografou com outras modelos num dos muitos concursos que participava.

Alicia não viajava junto preocupada com suas plantas que também participavam de concursos mas em intervalos bem mais espaçados.

No dia seguinte levantou pra fazer as compras, precisava de adubos e fertilizantes além de outras coisitas pras flores e deixou a lista de produtos pra fortalecer a transformação no celular mesmo.

"Tenho uma surpresa pra quando você voltar" Mandou no zap pra Suzana.

"Bom dia flor, o que é? Quero ver!" Suzana tomava café antes da última sessão de fotos, relaxando no sol forte bronzeando seu corpo torneado.

"Vou te mostrar mais tarde quando estiver pronta" Alicia só conseguia pensar na vara enorme de Márcia jorrando feito um vulcão.

"É de comer?" Suzana sabia que Alicia não era muito boa de cozinha mas fazia uns doces veganos bonitos.

"É sim." Alicia sorriu, mordendo os lábios pensando nas sacanagens que faria.

O dia quente a deixou um bocado exausta, correndo lojas pra pegar as coisas reservadas e finalmente passando na loja de naturebas pra tomar açaí e recuperar as forças.

– Aquilo ali é lecitina de soja? – Perguntou pra vendedora.

– É sim, chegou ontem, é muito concentrada, uma cápsula por dia te deixa satisfeita.

– Tem... Arginina? – Pegou o celular e olhou na lista.

– Você malha?

– Não muito mas minha namorada malha...

– Ah tá, bom, é muito bom pras veias, melhora a circulação e em geral é muito bom pra atletas.

– Tá, vou levar um pote desses...

Sorrisos e explicações, avisos e no fim uma comissão vultuosa pra vendedora que era só alegria discutindo com Alicia dos benefícios sem tocar no lado safado da coisa.

Em casa, após um banho e um monte de compras na mesa da cozinha pra separar e levar pros armários certos, regar plantas, repor umas flores em vasos maiores, finalmente Alicia pôde se concentrar na receita maluca pra sua transformação.

Paradoxo Sexualmente TransmissívelOnde histórias criam vida. Descubra agora