Paradoxo Sexualmente Transmissível

16 - A Ruiva e a Jiboia

Não demorou até que a notícia de que uma pílula maluca transformava mulheres comuns em máquinas de sexo brutal se espalhasse pelos cochichos e sussurros nos cantos mais estranhos da cidade e na internet as fotos das futanaris e seus membros enormes e as lendas dos seus feitos de luxúria só aumentavam a apreensão das autoridades.

Impressionada com os efeitos da tal droga, Vanessa, uma executiva da grande indústria farmacêutica, resolveu morder a isca e adquirir uma pra que fosse analisada e porque não copiada pra que pudesse gerar lucros, afinal se uma pílula fazia algo que operações arriscadas, tratamentos hormonais e muita terapia custavam pra uma pessoa comum, devia render uma boa grana fornecer em massa.

Levou uma semana pra finalmente encontrar o contato de Márcia, que já não aguentava mais ser incomodada com gente pedindo informações e passou a fazer as vendas das pílulas num shopping próximo, pra evitar ser seguida, temendo ser assaltada.

De óculos escuros e usando um penteado bastante exótico, usava roupas pra disfarçar seu físico e passar-se por uma patinha feia.

Vanessa, claro, era a ruiva mais estonteante que aquela bodega já tinha visto, do alto dos seus saltos, vestido de verão e chapéu de palha de aba larga pra rebater o calor, aguardava numa mesa discreta na praça de alimentação comendo um quiche de ricota e espinafre com chá de erva-cidreira.

Márcia riu-se com a cena mas a cumprimentou sem muita efusividade – Oi, boa tarde, Vanessa, né? – Estendeu a mão e recebeu um aperto bem modesto, o sorriso por detrás do óculos da executiva cheio de fome.

– Oi, tudo bem? Vamos conversar um pouco, já estou saindo também, vim só pra pegar o negócio com você – Terminou o quiche de garfo e faca, lambendo os lábios pra atiçar a futanari que escondia um segredo maior do que as fotos dos membros gigantes podiam contar.

– Olha, eu realmente preciso ir trabalhar, teu depósito caiu certinho, aqui está a pílula, faça bom proveito – Márcia pôs um embrulho na mesa e tirou de dentro com muito cuidado um vidrinho transparente com uma pílula esfarelando dentro – Me passaram uma receita legal pra acompanhar ela mas eu tomei com água mesmo e funcionou bem, não tenho o que reclamar.

– Ah, então é você na foto que me mandaram? Nossa, nunca ia saber, você usa roupas normais, não é difícil esconder aquilo tudo? – Vanessa tirou os óculos e ajeitou o decote, cerrando os olhos pra checar se Márcia não era um travesti.

– Tem umas fotos minhas rolando pela net mas pra falar a verdade é bem legal poder fazer tudo sem perder minha identidade, curou até minhas cólicas menstruais e meus ganhos tão cada vez melhores, minha namorida adora, tamos até planejando ter uma criança e... ah desculpa, tou falando demais – Márcia fez o movimento de levantar-se da cadeira e Vanessa tocou sua mão, sorrindo.

– Não precisa ter pressa, vamos sair juntas, estou adorando te conhecer, você parece mesmo ser saradona debaixo dessa roupa toda... Deve valer mesmo o que você cobra... – Vanessa piscou e fez um carinho na mão de Márcia – Eu posso te pedir uma demonstração? Bem discreta, viu? Eu conheço um lugar que a gente pode passar um tempinho e você pode sair pelos fundos, se está com medo de ter sido seguida.

Márcia desconfiou, não era a primeira vez que uma cliente pedia algo assim, no entanto a madame parecia mesmo interessada em tomar leite de futa pra acompanhar o quiche – Onde?

Vanessa ajeitou os óculos e engoliu o quiche de uma vez só – Vem comigo – Pegou a saradona pela mão e foi deslizando pelo corredor até chegar num beco onde uma loja chique de roupas parecia ter sido montada só pra essa ocasião.

Uma vendedora logo a cumprimentou – Boa tarde dona Vanessa, vamos experimentar aquele conjunto que você encomendou?

– Boa tarde, olha, eu trouxe minha amiga aqui pra me ajudar a escolher umas roupas, você pode levar praquele trocador mais privado, que vamos experimentar juntas – Vanessa adorou a cara de encabulada de Márcia, que nunca se atreveria a entrar numa loja daquelas nem pra perguntar o preço de um par de calcinhas.