13 - Gatas curiosas

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Márcia havia acabado de malhar e como de costume foi pro chuveiro se refrescar antes de sair da academia.

Como gostava de treinar não só pra tornear as curvas do seu corpinho mas fortalecer seus músculos já bem salientes e poderosos pra brincar de casinha com mais vontade quando a hora chegasse, deixava um rastro de inveja em seu caminho, desapercebidamente intoxicando o lugar com seus feromônios futanaris.

Enquanto relaxava na ducha, sua bolsa no armário era xeretada pela bombada mais conhecida da academia, intrigada como aquela baixinha tinha ficado tão poderosa em tão pouco tempo.

– Que será isso? – Pâmela olhou o potinho transparente com uma pílula esquisita, um pouco esfarelada. – Será que é isso que ela toma? Ah, dane-se, agora é minha.

Márcia voltou pra se vestir e nem notou o armário entreaberto, já que estava concentrada e faceira se segurando pra noite que viria, possivelmente sua amada chamaria outra amiguinha pra experimentar sua vitamina de banana especial.

Só quando chegou em casa apareceu a dúvida, já que aquela pilula era pra uma cliente que desistiu de se transformar, apavorada com as fotos de Márcia em potência total.

– Mô, você viu um potinho transparente com uma das pílulas?

– Você não deixou na academia, não?

– Não lembro, hoje foi dia de pernas, fiquei cheia de tesão do nada, tive de tomar uma ducha fria pra relaxar, ia ficar dura no meio dos equipamentos...

– Se alguém tomar aquilo você vai saber logo, logo.

– Tem razão. A Carina vai vir hoje praquela demonstração que você disse?

– Vai vir sim mas ela é noiva, não vamos comer ela, eu conheço a esposa dela e ela quer casar com uma futa virgem.

– Sério? Que exótico.

– Se comporte que eu preciso que você incentive ela mas sem mostrar essa rola, mais tarde eu vou dar de comer.

– Eba!

Já em casa, Pâmela procurou de todo jeito alguma informação sobre a pílula, mas não tinha nome, nem parecia com os seus remedinhos.

– Será que isso é balinha? Talvez seja mesmo... Tem cara de coisa clandestina. Bah, porcaria, perdi meu tempo. – Deixou o pote na mesa da cozinha e foi tomar banho, aborrecida com a dúvida.

Sua companheira, Dalila, chegou em casa cheia de dor de cabeça, depois de um dia cheio como bancária, saia longa e justa, blusa fechada e quente.

Não era bombada nem gostava muito de malhar, vivia com Pâmela mais por conveniência do que amor, ambas tendo sido muito infelizes no passado com relações hétero, acabaram dividindo o aluguel e a cama e gostando do resultado até então.

– Pâmela, tem algum analgésico ainda aqui em casa? Tou com uma enxaqueca horrível, minha cabeça vai estourar... – Viu o potinho na mesa da cozinha e de tão zonza pela lente dos óculos com a visão turva considerou que fosse um genérico qualquer.

Encheu um copo d'água e mastigou a pílula, vertendo goela abaixo rapidamente.

Foi pra cama ainda vestida, cabeça latejando, jogou os sapatos de salto alto longe e deitou depois de apagar a luz.

[...]

Márcia ficou comportadinha assistindo Cátia explicar à convidada bem calmamente o que significava a transformação. Havia certa desinformação por conta de fetiches e fantasias de várias qualidades mas a pílula era algo bem mais sério e palpável, não era uma coisa "pra virar homem", mas libertar seus desejos mais íntimos e ajudar seu clítoris a se expressar mais agressivamente sem perder sua identidade feminina.

Paradoxo Sexualmente TransmissívelOnde histórias criam vida. Descubra agora