O CASO DO ANEL DE GIM - com DETETIVE ÁS

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História de Miss Ás

Quando um detetive é o maior enigma a ser desvendado...

Havia sido uma tremenda revelação aquela do Pato na piscina. Não era um pato de fato, mas de um sujeito que quase morreu afogado; tudo encenação a fim de desviar a atenção do fato de fato. E foi ele outra vez. Só podia ser!

Meu nome é Maya e... Bem, meu sobrenome não importa. Estou prestes a completar dezoito anos e terei que me manter em trabalhos comunitários até os vinte e um pelo menos. Não vou entrar em detalhes quanto ao que fiz no passado que me deixou em uma instituição para menores por quase um ano, o importante é que saí já faz sete meses e pela primeira vez em muito tempo pude ver algo familiar, pelo qual provinha de algo trágico, é claro.

Eu estava cuidando do chão nos arredores da piscina. Alguns jovens mais "animados" haviam derrubado "suco" e, em teoria, eu não queria que acontecesse nenhum acidente com eles caso escorregassem nos próprios dejetos. Para aquele horário e em todos os outros naquela época do ano, ou mesmo ao menor descaramento do sol, o clube estava lotado e a piscina abarrotada. Era comum acontecer uma briga ou outra em meio a tanta gente, mas foi a primeira vez que presenciei um afogamento. Crepe, o salva-vidas, demorou para perceber pois estava distraído com a filha do Major Dalton, o principal diretor daquele lugar. Como num impulso larguei o esfregão e pulei a fim de salvar o desafortunado, enquanto muitos estavam petrificados em seus lugares. Por sorte alguém gritou para que se afastassem e, ao perceberem a gravidade da situação e o meu esforço, ajudaram-me a retirar o infeliz da água.

Finalmente Crepe apareceu e começou a fazer os procedimentos de primeiros socorros e alguém mais chamava os paramédicos. Logo deixei meu foco da multidão e do acidentado. Parecia que alguém lutava contra a onda daquele tumulto, mas com tanta ação não me deixaram desviar por muito tempo.

- Maya, venha ajudar! - Chamou o salva-vidas garanhão.

Eu ainda tentava acompanhar a fim de identificar quem se desviava daquela aglomeração. Parecia suspeito. Mas me forçaram a voltar o foco para aquele sujeito claramente embriagado, ainda que desacordado. Embriagado já naquele horário? E com aquela bebida? Era Gim, eu tinha certeza. Mas... Enquanto Crepe fazia a massagem cardíaca, eu virei o rosto do sujeito a fim de favorecer a respiração que esperávamos que logo voltasse.

E voltou.

***

O alarme soou, mas era tarde. Foi somente no dia seguinte que o Major Dalton percebeu que o valiosíssimo anel de diamantes, presente para a sua futura nova esposa que, por sinal, tinha a minha idade; havia desaparecido. Parecia fato que havia sido alguém que teve livre acesso a sala dele e ao esconderijo do cofre. Vaidoso como era, eu duvidava que a senha de acesso fosse complicada. Se bobear, nem senha tinha. O difícil, segundo ele, era saber onde estava esse cofre. Não que eu soubesse, claro, mas como eu trabalhava ali sendo considerada como a mais insignificante criatura, ninguém dava bola ao que diziam próximo de mim. E foi numa conversa com a noiva, enquanto mostrava a abrilhantada e muito rica jóia que ele se gabava de sua inteligência em manter suas preciosidades em segurança. Tolo homem... Devia ser por isso que nenhum dos casamentos anteriores deram certo e esse talvez não chegasse nem a se concretizar. Ele não podia colocá-las no cofre...

Confesso que não relacionei o incidente do dia anterior ao alvoroço desse dia seguinte. Mas ele fez isso.

Faz cerca de três anos que eu percebo suas ações, no entanto nunca consegui identificá-lo de fato. Desconfiei de algumas pessoas, porém todas se mostraram falhas. Ele não falhava!

ANTOLOGIA ELEMENTAR DETETIVE - As Melhores HistóriasOnde histórias criam vida. Descubra agora