O outro cara

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•Claire's POV•

Meu coração estava acelerado e minhas mãos suavam. Eu sentia um calafrio percorrer toda a minha espinha e sentia que eu estômago na aguentaria dentro da minha barriga. Depois que desliguei a ligação com Tom, coloquei a primeira roupa que achei no meu armário e fui ao seu encontro. Ele não estava bem e não falava coisa com coisa. Tentei ligar para o Harry para ele buscar o irmão mas ele não atendia as minhas ligações. Normalmente eu não me importaria com isso, mas algo me dizia que eu não podia deixá-lo sozinho naquele estado, então o perguntei onde ele estava e peguei um táxi até lá.

Quando cheguei, Tom estava segurando um copo de whisky na mão e uma foto polaroid na outra. Eu reconhecia a foto. Era uma foto minha que Harry havia tirado no dia em que decidi fotografar perto do rio Tâmisa.

Me aproximei sentando ao seu lado mas ele não percebeu que se tratava de mim, ficou olhando para a foto enquanto bebia de sua bebida e enquanto suas pálpebras pesavam nos olhos devido a embriaguez.

- Tom? - o chamei e ele olhou para mim.
- Claire? É você mesmo? - ele soltou o copo mas permaneceu com a foto em mãos e se virou para mim.
- Sou eu.

Terminei de dizer e o senti me abraçar pela cintura e deitar sua cabeça em meu peito. Eu não fazia ideia do que fazer ou do que dizer, pois eu não fazia noção do que estava se passando e o por que dele reagir dessa forma.

- O que faz com essa foto? - o perguntei finalmente.
- O seu telefone não foi a única coisa que eu roubei do Harry. - me soltou do abraço e olhou para mim. - Por que ele tinha uma foto sua?
- Por que eu sou amiga dele. Ele tirou algumas fotos minhas e eu tirei algumas fotos dele. - expliquei. - Mas por que eu to te dizendo isso? Não importa se ele tem uma foto minha.
- Pra mim importa. - voltou a beber.
- Por que importa?
- Você ainda não percebeu?
- Não percebi o que? - fiquei confusa.
- Eu gosto de você, Claire. - me olhou com os olhos tristes.
- Para com isso, você só ta bêbado. E além do mais, você tem uma namorada.
- Ela não é minha namorada de verdade, eu só quis te provocar ciúme. - disse me surpreendendo. - Vocês dois estão juntos?
- Não! Claro que não, Tom. Ele é meu amigo.
- Que bom! - me olhou aliviado. - Eu não ia gostar muito se vocês estivessem juntos.
- Vamos pra casa, Tom. Eu te levo.
- Não! Eu vou continuar aqui! Eu gosto de você e você não se importa comigo! - chamou o barman que adicionou mais uma dose ao seu copo.
- Se eu não me importasse, eu não estaria aqui.
- Isso que dizer que também gosta de mim? - seus olhos brilhavam mesmo com a pouca luz que habitava o local.

Eu não sabia o que responder, afinal eu não sabia o que eu sentia pelo garoto a minha frente. A única coisa que sabia, é que era algo mais forte que eu. Tão forte que me fazia arrepiar quando olhava em seus olhos e que me fez vir até aqui cuidar dele. Ele continuava olhando para mim esperando por uma resposta mas nada saia de minha boca. Eu estava nervosa e não conseguia pensar direito.

- Vem, vou chamar um táxi pra gente. - me levantei o puxando pelo braço mas ele se soltou e entrelaçou nossos dedos me causando um frio na barriga.
- Eu to com o meu carro aqui. Eu te levo pra casa, não precisa do táxi. - falou em meu ouvido.
- Você ta maluco? Eu não vou te deixar dirigir nesse estado.
- Então você vai me levar até minha casa?
- Eu vou sim. - disse segurando em sua mão e o arrastando até a saída.
- Espera! - ele se soltou de mim e voltou até o balcão pegando algo. - Esqueci isso lá! - ele me mostrou a polaroid e voltou a entrelaçar nossos dedos e deitar sua cabeça em meu ombro, o que acabou sendo engraçado já que ele era ao menos uma cabeça maior que eu.

Ele me levou até onde havia estacionado o carro e me entregou sua chave entrando do lado do carona do carro e se sentando.

Dirigi até a casa dos Holland's, estacionando no jardim. Já que eu teria que carrega-lo e ele era muito mais pesado do que eu achava que aguentaria, deixei o carro bem perto da entrada da casa e fui até a outra porta pegar o garoto que estava quase desmaiado de sono. O ajudei a levantar e caminhei com ele debruçado em meus ombros até a porta que por sorte, ainda estava destrancada. Adentrei o recinto e notei Harry na cozinha bebendo um copo d'água. Assim que nos viu, correu ao nosso encontro tirando Tom de cima de mim e tentando o levar até as escadas.

Polaroid | TOM HOLLANDOnde histórias criam vida. Descubra agora