•Claire's POV•
- Só mais essa semana?! - eu cruzava os braços e fazia minha típica cara de protesto ao ouvir Tom dizer que voltaria para Cleveland no próximo fim de semana.
- Eu já fiquei 2 semanas e meia aqui, os Russos me querem lá no Domingo. - ele me abraçou e depositou um beijo na minha testa, vendo minha postura de marrenta logo se desmanchar - Mas pensa assim, quanto mais rápido eu for, mais rápido vão acabar as gravações e mais rápido eu volto pra casa.
- É muito tempo pra mim.
- Nem sabe quanto tempo vai demorar. - agora ele ria de mim, como um pai consolando a filha ingênua.
- Mesmo assim é muito tempo.
- Você podia vir junto comigo, né?
- E meu trabalho?
- Eu tinha esquecido.
- É... Tom, já que você só vai no domingo, podia ir comigo numa festa à fantasia de uma colega de faculdade no sábado, né?
- Festa à fantasia? Não sei se eu gosto muito da ideia.
- Por que?
- Não sei se eu já contei isso pra alguém, mas quando eu era mais novo me pregaram uma peça. - ele finalizou alí e parecia não ter mais intenção de continuar com o assunto.
- Pode terminar, sou todo ouvidos. - arqueei as sobrancelhas.
- Disseram que teria uma festa à fantasia, eu me vesti de homem-aranha e quando cheguei lá, estava todo mundo arrumado e bonito e eu, fantasiado igual a um idiota.
- Eu adoraria ter visto essa cena. - fiz minha melhor cara de provocação e ele entrou na minha, se fingindo de ofendido. - Ah! E pode ser que tenham pessoas sem fantasia lá.
- Ah não, Claire. Ta querendo me trapacear? - ele cruzou os braços e fez cara de cachorrinho que acabou de cair da mudança.
- Não, eu prometo. - coloquei uma mão no peito e ergui a outra na altura da cabeça, fazendo um juramento.
- E como é que vou acreditar em você?
- Não confia em mim?
- Confio, mas você gosta de pregar pegadinhas.
- Dessa vez é serio. Vão ter pessoas sem fantasia porque ela quer comemorar em um pub e não na casa dela. E tem outra, a gente pode ir com alguma fantasia de casal.
- Tipo sal e pimenta?
- Tipo isso, mas alguma coisa mais legal. - fiquei pensativa por um momento antes da melhor ideia que já tive, invadir meus pensamentos - BONNIE E CLYDE! - gritei empolgada e Tom sorriu.
- Eu não ia conseguir pensar em uma fantasia melhor.
- Eu sei que não, você é sem graça.E mais uma vez ele abriu a boca com uma das mãos no peito e depois de um tempo, soltou o sorriso que ele estava tentando segurar. Assim como todas as vezes, aquele sorrisinho que era tão típico do Tom me fez perder o controle do meu corpo, me levando até os braços dele e o beijando.
×××××××
Foi preciso eu procurar por lojas de fantasias nas principais avenidas de roupas do centro londrino para perceber que eu deveria ter ficado em casa e feito as fantasias com as roupas que temos em casa. Era óbvio que eu não acharia nada que remetesse à Bonnie & Clyde nessas lojas de fantasias que só contam com anjinhos e demônios como seus principais apetrechos.
Uma luzinha no fim do tunel surgiu quando me deparei não com uma loja de fantasias, mas sim com um brechó onde achei a saia perfeita para o meu traje e pensei que poderia ser lá onde eu daria a sorte grande. E eu não estava errada, uma vez que haviam muitas roupas antigas que se combinadas, poderiam ser nossas fantasias.
Não vou negar, a loja era bem caidinha e tinha um cheiro meio suspeito, era quase hostil, principalmente pela atendente mal encarada que vestia roupas a lá moda de seu brechó e tinha uma cara fechada, provavelmente pela falta de movimento e da freguesia que lhe foi roubada pelas lojas de marca ao seu redor.
Não foi difícil achar peças que complementassem minha fantasia e de Thomas. Não foi um absurdo de caro e nem nada disso, mas tenho certeza que Sheron - o nome da atendente rabugenta que folheava as páginas de uma revista de arquitetura lentamente e mal olhava para mim, quando fazia, era com os olhos semicerrados e por cima do óculos quadrado como seu rosto e fundo como os olhos - abusou um pouquinho da minha empolgação por achar aquela loja e me fez pagar mais do que eu deveria e pretendia.
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Polaroid | TOM HOLLAND
RomanceEla odiava Londres. Odiava como as pessoas agiam naquela cidade, odiava o clima sempre nublado e umido e odiava o fato de seu chefe te-la mandado justamente para Londres, a cidade em que seu coração foi partido, a trabalho por tempo indeterminado. C...