Em meus braços

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•Claire's POV•

- O que faz aqui? - perguntei assim que vi Ian parado em minha porta.
- Eu vim te ver. Senti saudades.
- Como você é cara de pau. Não tem vergonha nessa sua cara? - cruzei os braços e o encarei.
- Calma benzinho, eu vim em paz.
- Eu não estou interessada em seu discurso de paz, diz logo o que quer.
- Eu só passei aqui pra te ver. - se aproximou e eu senti minha respiração ficar anormal ao mesmo tempo em que descruzei meus braços. - Eu sempre senti sua falta, desde que saiu de Londres. Sabia que me mudei de Liverpool e vim morar em Londres depois que você se foi?
- Eu fui embora por que você me traiu. - ele ainda tinha um efeito sobre mim e a esse momento eu já falava quase sussurrando.
- Foi o maior erro da minha vida. - ele se aproximou mais e eu permaneci imóvel. - Senti sua falta, benzinho.

Nesse momento eu já prendia minha respiração sem perceber e havia baixado totalmente minha guarda. Eu voltava a ser aquela adolescente carente que era e estava completamente à mercê de Ian, como nos velhos tempos. Ele sempre conseguiu tudo o que quis de mim e eu sentia que se agora ele me pedisse qualquer coisa, eu faria.

Ele se aproximou mais de mim colocando sua mão em minha bochecha gelada devido ao frio que fazia do lado de fora e começou a acaricia-la. Eu nem sabia, mas sentia falta daquela sensação, sentia falta das suas mãos tocando minha pele e sentia falta de estar perto dele. Sentia ainda mais falta de seus beijos. E então ele me beijou, me pegando um pouco de surpresa, mas eu adorei. Adorei tanto que no mesmo instante, o beijei de volta. Um beijo completamente faminto, queríamos matar a saudade em um único beijo. Ele puxava levemente meus cabelos enquanto eu tentava traze-lo mais e mais perto de mim, como se fosse possível.

O beijo durou menos do que eu queria ou mais do que deveria, graças a um carro que cantou pneu em frente a minha casa, carro esse que era muito familiar mas eu não sabia de onde o conhecia e que acabou nos assustando e fazendo eu recobrar minha sanidade empurrando Ian para longe de mim.

- Ficou maluco? - eu o olhava espantada. Não por ele ter feito o que fez, mas sim com a facilidade em que ele conseguiu me controlar.
- Você queria também, estava nos seus olhos. - sorriu apenas com um dos lados da boca.
- Ian, cai fora daqui. Por favor
- Qual é, eu vi o efeito que eu causo em você e isso é divertido. A gente pode se divertir mais. - veio para cima de mim me agarrando pelo cintura.
- Eu falei pra cair fora. - o empurrei mais uma vez.
- Eu vou, mas a gente ainda vai se ver por aí. Eu sei que vamos.

Assim que ele virou as costas, entrei para dentro de minha casa e bati a porta com força. Era inacreditável o efeito que Ian tinha sobre mim mas o beijo, sobretudo, não foi algo tão ruim. Pelo menos havia tirado Tom de minha mente. Mas foi por muito pouco tempo.

Eu amo tudo sobre a fotografia, amo cada aspecto da profissão e sou muito feliz enquanto trabalho, mas nesse momento, eu estava lamentando ter que sair de casa para ir até a agencia fotografar modelos totalmente desnutridas para o ensaio de distúrbio de alimentação causados pela profissão.

Harry havia me mandado algumas mensagens mas não quis responde-lo. Ele era meu melhor amigo, mas também era irmão de Tom e eu sabia que ele iria querer conversar sobre nós, um assunto que eu realmente estava tentando evitar para não estragar ainda mais meu dia horrível.

×××××××

- Por que não está respondendo minhas mensagens? - Harry perguntou assim que parou atrás de mim sabendo que eu estaria no estúdio hoje.
- Sinceramente Harry, não estou afim de conversar. - respondi sem tirar meu foco das modelos e as fotografando.
- Qual é, sou eu, Claire! Você e o Tom brigaram?
- Tá vendo? Era exatamente esse assunto que eu queria evitar.
- Por que? Agora tenho certeza que brigaram. Ele chegou estranho e você quer evitar assunto.
- Por que acha que brigamos? - abaixei minha câmera e virei para encara-lo. - A ultima vez que nos falamos foi ontem a noite e só o vi hoje de manhã.
- Então não se falaram depois que você saiu da minha casa?
- Harry, o que ta acontecendo?
- Ele foi até sua casa, Claire. Passei seu endereço para ele e ele disse que conversaria com você sobre ontem a noite.
- Ele não apareceu por lá, eu não o... - lembrei do carro cantando pneu e me lembrei de onde conhecia o carro. - Ai não. - passei a mão em meus cabelos preocupada.
- O que? - ficou preocupado junto comigo.
- Aquele meu ex da padaria, lembra? - perguntei e ele acenou positivamente com a cabeça. - Ele foi até minha casa hoje e a ele meio que me beijou.
- Essa não! Você acha que o Tom viu?
- Tenho quase certeza. Tinha um carro parado em frente a minha casa quando Ian bateu à minha porta e esse mesmo carro saiu acelerando de lá quando Ian e eu nos beijamos.
- Puts Claire, e agora?
- Eu que te pergunto, ele é seu irmão! Ai meu deus, o que eu faço agora?
- Posso fazer uma pergunta meio íntima? - ele falou sério.
- Tem que ser agora? - fiz biquinho.
- Quer que eu te ajude ou não? - apenas respondi que sim com a cabeça.
- Você gosta do Tom?
- Har...
- Não mente pra mim. - me interrompeu.
- Gosto, tá legal? Eu gosto dele! Satisfeito? - respondi exaltando um pouco meu tom de voz.
- EU SABIA! - gritou e caiu na gargalhada.
- Harry! - chamei sua atenção e ele parou.
- Desculpa, foi mais forte que eu. - riu mais um pouco. - Você acha que ele gosta de você?
- Depois das coisas que ele me disse ontem, eu acho que sim. Mas não tenho certeza, pode ter sido culpa do álcool.
- Querida, não foi. Conheço meu irmão e ele ta caidinho por você já faz muito tempo.
- Então meu ajuda. O que eu faço?
- Vai até minha casa se encontrar com ele.
- Eu não posso, to trabalhando. - respondi desanimada.
- Pode deixar que eu te cubro. - tirou a câmera de minha mão.
- Tem certeza? - levantei as sobrancelhas.
- Ta brincando? To louco pra você ser minha cunhada.

Polaroid | TOM HOLLANDOnde histórias criam vida. Descubra agora