Polaroid

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Eles ainda estavam no sofá da sala de Thomas quando ela percebeu que algo estava errado.

Tudo estava silencioso demais e a televisão a qual eles assistiam, tinha um brilho diferente, assim como os olhos de seu namorado, que ela já fitava a alguns minutos.

Ela então levantou a cabeça do colo do mais velho e quis saber o que o incomodava.

E era exatamente o que a assombrava.

- Você não é pra mim. - dizia ele depois de longos minutos de conversa, quase babando de raiva enquanto a garota a sua frente soluçava entre o choro.
- Por favor, Tom. Não faz isso. - a garota implorava e estava quase de joelhos.
- Eu não te quero mais, mereço algo melhor do que você. - continuava ele, dizendo palavras de sofrimento para ela.
- Mas o que foi que eu fiz pra você? Eu não entendo! - com o cenho franzido, ela deixava varias lágrimas rolarem, enquanto fazia movimentos estéricos.
- Você é frágil demais, menininha demais, fofa demais, insegura demais. Eu já não aguento mais. Quero uma mulher de verdade pra mim. - seu desdem era palpável e ele não fazia a mínima questão de olha-la nos olhos enquanto a desmerecia.
- Tom, eu não sei mais viver sem você. Por favor, não faça isso. - era verdade, o mundo dela agora girava em torno de Tom e ela estava sem chão.
- Claire, você vai ter que superar. E para de tremer...
- Eu não to... - ela olhou para seu corpo e notou que tremia de forma descontrolada. Ao levantar seu olhar para Tom novamente, percebeu que eles estavam em um deserto feito de neve. - Como você não está com frio? - ela se dirigiu a ele.
- Estamos no seu inferno, Claire. Não no meu. - ele finalizou sua fala e virou de costas, sumindo segundos depois no meio daquela ventania de neve.

A garota caiu sobre seus joelhos, tamanha era a fraqueza que sentia depois de ter sido abandonada pelo amor de sua vida. Sozinha. Naquela tempestade de neve.

•Claire's POV•

O frio que fazia naquele sofá, mesmo que deitada quase com o corpo inteiro no colo de Tom, me fez acordar daquele sonho horrível.

Me sentei no sofá e procurei por algum relógio para me certificar de que horas eram.

"Mas que raio de casa é essa que não tem um relógio?" - foi a pergunta que pairou em minha mente.

Eu não sabia onde meu celular ou o celular de Thomas estava, mas notei o relógio em seu pulso e lendo as horas alí, vi que eram 2h30 da madrugada e nós dois havíamos pegado no sono na sala mesmo.

Me levantei, ainda tremendo de frio como no pesadelo, e fui até o andar de cima buscar alguma manta para cobrir nós dois.

Harry era o único em casa além de nós dois e dormia no quarto ao lado do de Tom. Tentei fazer o mínimo barulho possível para não acorda-lo, mesmo que ele tenha passado o dia todo dormindo depois de voltar de uma noitada com o Sam e a Elysia.

Desci as escadas na ponta dos pés e notei que Tom ainda estava dormindo sentado e agora, encolhido no sofá, já que eu não estava mais alí para esquentar pelo menos suas pernas, que era onde eu estava com a cabeça deitada, ou quase com o corpo todo.

Me aproximei lentamente dele, olhando seu rosto tranquilo enquanto dormia. Aquele sonho não deixava um segundo se quer de inundar minha mente e chegando em seu lado, meus olhos já se encontravam marejados pelo medo em que senti naquele pesadelo.

- Eu sei viver sem você sim. - sussurrava olhando seu rosto terno enquanto o cobria com uma das mantas que havia trazido - Não sei? - eu perguntava para ele, que ainda dormia. Mas essa era a dúvida que eu mesma tinha guardada em meu peito.

Polaroid | TOM HOLLANDOnde histórias criam vida. Descubra agora