Polaroid | TOM HOLLAND

Harrison

•Tom's POV•

- Oh Tom. - começou Claire. - Quando você vai me apresentar para aquele tal de Harrington?
- Não tem nenhum Harrington. - era fofo quando ela errava algumas coisas, tipo o nome do Harrison. - Ele se chama Harrison. - disse quando terminei de rir.
- É, esse aí. Quando? - ela olhava para as unhas enquanto íamos embora da casa do lago.
- Pode ser hoje, ele acabou de voltar de Miami. - já estava escurecendo e começava a nevar.
- Hoje? Hm...
- Ué, não quer conhecer ele? - ela me confundiu.
- Sim, só não esperava que você dissesse hoje.
- Quer que seja em outro dia? - olhei para ela de relance.
- Não, ta tudo bem. Pode ser hoje contanto que a gente vá beber.
- Ainda bem que a MINHA NAMORADA é das minhas. - deixei aquela fala bem enfatizada.
- E eu to amando ser SUA NAMORADA. - ela também enfatizou e sorrimos.

Quem me conhece sabe que eu não consigo segurar segredos por muito tempo. Se aconteceu alguma coisa na minha vida e aquilo realmente mexeu comigo ou me deixou feliz por algum motivo, eu quero compartilhar com as pessoas para que elas fiquem felizes como eu e era exatamente por isso, que eu acelerava o carro mais do que devia para chegar logo em casa e contar que finalmente eu tinha minha garota comigo num relacionamento sério dessa vez.

Claire não falou muito no caminho de volta para minha casa e isso no começo não me incomodou, foi só quando aquela voz do telefonema invadiu minha mente que aquilo me deixou inquieto. A foto dele ainda estava na cômoda dela e isso me fez pensar se ela ainda gostava daquele garoto, mas se gostava, porque aceitou namorar comigo?

"Para de ser um idiota, Thomas" - a voz dentro de mim me dizia, em resposta, apertei o volante e me arrumei no meu banco.

- Ta tudo bem?
- Hm? - perguntei sem ter prestado atenção no que Claire havia dito.
- Eu perguntei se ta tudo bem.
- Hm, sim, claro... Sim - umideci meus lábios e apertei novamente o volante.
- Tem certeza? - de soslaio a vi erguer as sobrancelhas.
- Eu tenho, ta tudo bem. - me estiquei e beijei seu rosto sem tirar os olhos da estradas agora completamente escuras. - Você vai pra minha casa?
- Não sei, acho melhor dar uma passada em casa.
- Não, janta lá em casa.
- Só vou se sua mãe estiver lá. - tocou meu joelho.
- E ela ta. - ri vitorioso.
- Ta bom, mas depois você me leva em casa.
- Isso é uma ordem? - debochei.
- É sim senhor e você vai obedecer.
- E eu sou louco de não obedecer? - ri e ela se sentiu convencida mexendo em seu cabelo. - Pega meu celular por favor e manda uma mensagem pro Harrison?
- Ta, e o que eu digo? - com o celular na mão, ela procurava o número dele.
- Que a gente vai se encontrar no mesmo lugar de sempre porque tenho alguém pra apresentar a ele. - continuei dirigindo e olhei de relance para Claire, que tinha um lindo sorriso no rosto.
- Olha, eu não to querendo ser intrusa, mas a última mensagem que trocaram foi sobre mim?
- Você ta lendo minhas mensagens? - fingi estar bravo.
- Foi inevitável, eu abri o chat de vocês e a mensagem estava alí. - deu de ombros.
- A gente meio que estava.
- Hm, quer dizer então que você fala de mim para as outras pessoas? - virou seu corpo para mim e cruzou os braços.
- E tem como não falar? Olha só pra você. - era óbvio.
- O que quer dizer com isso? - a voz dela ficou mais baixa, como quando ela se sente ofendida.
- Você realmente não ve o que eu vejo, não é?
- O que você ve? - ela ainda estava confusa.
- O quão linda você é e o quão sortudo eu sou.

Achei estranho ela não ter respondido e olhando para ela, a vi com a cabeça baixa, um sorriso pequeno nos lábios e as bochechas rosadas. Eu queria eternizar esse momento e fiz de tudo para gravar na mente. A cada dia que passava, eu gostava mais dela e tinha certeza de que a amava. Mas essas coisas não são ditas tão rapidamente, eu não queria que ela se assustasse e nem pensasse que eu era um bobo. Deixar as coisas como estavam era a melhor opção, mas isso não anulava a vontade que eu tinha de dizer a ela que a amava.