Kiss Me Twice

v: wildest dreams

"And his voice is a familiar sound, nothing lasts forever

But this is getting good now"

Alguém bateu na porta do meu quarto.

Por um segundo, fiquei nervosa, mas abri e era apenas Lene. Ela estava, como absolutamente sempre, deslumbrante.

– Você parece aliviada – riu ela.

Revirei os olhos.

– Não enche o saco, McKinnon.

Ela deitou na minha cama e seu olhar pousou na minha cortina fechada.

– Você sabe que ele vai estar na escola hoje, não sabe? – disse. – Você não vai conseguir continuar fugindo por muito tempo.

– Eu não estou fugindo.

Eu estava fugindo.

Eu havia ficado de olho, secretamente, pela janela, para ver James saindo de casa para que eu pudesse visitar Fleamont e Euphemia. Eu havia obrigado eles a jurarem de pés juntos que não iriam comentar com James que eu estivera por lá – fingi que queria fazer uma surpresa na reunião da escola.

Marlene revirou os olhos.

– Bom, se arrume logo – ela disse.

Franzi as sobrancelhas.

– Eu já estou pronta.

O olhar dela foi parar nos meus jeans.

– Você acha mesmo que você vai assim?

Suspirei.

– Marlene, é só uma reuniãozinha com pessoas que conviviam comigo no auge da puberdade! – comentei. – Eles já me viram pior!

Ela riu.

– Mas ninguém te vê há dez anos, Lily! – protestou ela. – Você mora em Nova York! Trabalha na televisão! Namorava Amos Diggory!

– Fui traída por Amos Diggory!

– E virou fofoca internacional!

Bufei.

– Qual é o seu ponto?

Ela riu.

– Você precisa se arrumar! Impressionar todo mundo!

Neguei.

– Lily - ela disse, segurando meu rosto. – Você não vê James há dez anos. Você jura pra mim que não tem nenhum pedacinho de você que quer que ele te veja linda e gostosa?

Dei uma risada.

– James não vai querer nem falar comigo.

Ela deu de ombros.

– Se você estiver usando jeans, realmente...

Joguei uma almofada nela.

– Eu só trouxe roupas simples, Lene – murmurei. – Não estava esperando um evento de gala.

Ela franziu as sobrancelhas e seu olhar pousou na minha mala de mão, aberta no chão do quarto.

– E o que é aquilo ali? – perguntou ela, com um sorrisinho no rosto.

Tentei pular para fechar a mala, mas ela foi mais rápida e se sentou em cima de mim.

– Marlene! – exclamei.