ix: afterglow

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"Why'd I have to break what I love so much?

It's on your face, and I'm to blame."


O ginásio já estava se esvaziando. Meus colegas choravam e prometiam uns aos outros que iriam voltar a manter contato, que nem havia acontecido na nossa formatura.

Lene e eu já estávamos sentadas no chão cheio de glitter, descalças, aproveitando o resto de champanhe que havia sobrado na mesa. A gente era contra qualquer tipo de desperdício.

– Não foi tão ruim assim ter vindo, foi? – ela perguntou.

Sorri.

– Foi ótimo – respondi. – Eu preciso agradecer a Dorcas por ter me convencido a vir.

Marlene sorriu.

– Ela devia ter vindo junto.

Dei uma gargalhada.

– Ela teria gostado.

Ela revirou os olhos e deu mais um gole de champanhe.

– Você ainda vai lá para casa em julho, não é? – perguntei.

Ela assentiu.

– Se eu não for, eu corro o risco de ficar dez anos sem te ver, não é? – ela brincou.

Dei de ombros.

– Provavelmente.

Lene me encarou.

– Você não acha que as coisas estão melhores agora? – perguntou ela.

Suspirei.

– As coisas estão – respondi. – Eu, não.

Ela passou o braço pelos meus ombros, mas antes que pudesse me dizer qualquer coisa, James agachou na minha frente.

– Eu me lembrei de uma coisa – ele disse.

O encarei.

– Eu estou te devendo uma dança lenta – ele continuou.

Dei uma risada.

– E como eu estou devendo ela há dez anos, nada mais justo do que dançarmos duas.

Marlene riu.

– Você deveriam dançar dez.

James riu e estendeu a mão para mim.

Suspirei e deixei ele me ajudar a levantar.

Fomos até a pista de dança improvisada, onde apenas algumas pessoas ainda aproveitavam para terem sua última dança.

James colocou as mãos na minha cintura e sorriu.

– Finalmente consegui cumprir a minha promessa – disse ele.

Sorri.

– Você sempre foi um homem de palavra.

Ele riu.

– Em minha defesa, você mal estava conseguindo parar em pé na formatura.

Dei uma gargalhada.

– Eu não fazia escolhas muito inteligentes naquela época.

James arqueou uma das suas sobrancelhas, mas não me disse o que estava pensando.

– Você tem algum animal em Nova York? – ele perguntou.

Sorri.

– Você até que demorou para me perguntar isso, Dr. Doolittle! – eu disse.

Kiss Me TwiceOnde histórias criam vida. Descubra agora