𝟑𝐫𝐝 𝐚𝐜𝐭: 𝐦𝐨𝐧𝐚𝐫𝐜𝐡𝐲 𝐦𝐚𝐝𝐞 𝐨𝐟 𝐬𝐥𝐚𝐯𝐞 𝐡𝐞𝐚𝐫𝐭𝐬

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de cobiçados castelos e asas cosidas feitas de seda pura e límpida, por toda imensidão se estende destruída uma cadeia alimentar de sentimentos dos quais deveríamos manter soltos ao ar livre mas que não os aceitamos facilmente e os deixamos trancafiados para que não nos derrubem durante a noite com a desculpa de que mais cedo ou mais tarde uma desgraça poderia vir a acontecer.

a rainha dança solta pelo castelo trancado ruindo lentamente conforme pisa em caquinhos de vidro tão miseráveis em tamanho mas significantes sentimentalistas pois vieram de um espelho que já pôde refletir a hipocrisia. portanto ele não pode mais, já que fora oferecido à qualquer anjo ultrarromântico por aí em troca de um amor que durasse para a vida toda.

no meio da escuridão de almas turgidas que se esfregam cordialmente em poeira retirada das coroas expostas do rei, há uma luz que nunca se apaga, ainda que seja reduzida à meros lampejos de solitude que é às vezes é confundida com a minha falta de fé em entidade alguma que não tenha de fato um corpo maléfico que já cometeu alguma vez, um pecadinho sequer ese perdeu num ninho de putrefação quase eterena. eu não sei falar de amor do mesmo jeito que desdanho de crenças diversas. é perceptível.

de castelos polidos, banhados e detalhados de ouro pseudo-dourado-o-bastante-para-nos-cegar e pregado como quem faz numa cruz, com jóias variadas: rubis e esmeraldas quem um dia irei arrancar de lá e dar aos pobres. três homens cultuam um corpo feminino com o intuito de tê-lo para si. malditos abutres que não perceberam que um corpo é só uma maldita fachada. a rainha os toca como míseros pedaços de papel de uma bíblia envenenada, não se dando nem ao prazer de molhar um dos dedos para ajudar na paginação.

prazeres ocultos se escondem por detrás de confianças que foram colocadas num tear com o intuito de tecer o mais belo dos véus para o casamento de uma princesa que nem nasceu ainda. confianças dançantes pela sala vazia que só tem espaço para o eco da maldade. a mentalidade rasteja por entre veios aguados de rios secos e espinhos de flores bonitas que são desacreditadamente efêmeras só para provarem o gostinho do próprio veneno infernal de ser destruído.

vai ver que é realmente assim que funcionam os esquemas de uma mente doente como a de alguém que quer ter tido organizado por ordem de acontecimento e cores num degradê de tipos sanguíneos variados. é por aí que se inicia o processo de autodestruição de mentes da realeza que pisoteiam os próprios pés porque ainda não se viram pobres para perceberem que tem muito. talvez devêssemos colocá-los num castelo de bloquinhos de montar e ir tirando lentamente um por um ao começar pelo teto somente para ver a água pingando em suas cabecinhas ocas de porcelana.

os sistemas de confiança funcionam da forma mais simples possível; inicialmente entre algo como a repulsa e o medo e logo avançado para uma intimidade descomunal, para em seguida ser demolida em uma marretada só, mesmo que esquecível porém dolorida pra caralho.

foi o que você fez com a rainha arromântica que você simplesmente decidiu taxar de ignorante. porque ela não te ama, ela não sente nada sobre nada, nem sobre o amor e nem sobre você. e ela JURA que sente muito, mas jurar não quer dizer que promessa é uma dívida impagável. pode ser que a culpa seja sua e você só não saiba ainda.

𝗇𝗈𝗏𝖾𝗆𝖻𝖾𝗋Onde histórias criam vida. Descubra agora