𝟔𝐭𝐡 𝐚𝐜𝐭: 𝐛𝐥𝐨𝐨𝐝𝐥𝐢𝐧𝐞𝐬 𝐜𝐨𝐮𝐥𝐝 𝐞𝐚𝐬𝐢𝐥𝐲 𝐤𝐢𝐥𝐥

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já fiquei de cara com situações onde o meu corpo ferveu tão quente quanto um vulcão e me deparei incrédula e um pouco decepcionada quando percebi que eu nem sequer tive coragem de entrar em erupção e quiçá, fumeguei até me intoxicar.

minhas veias fumegam de vez em quando e é de fato surpreendente o fato de que as vezes elas simplesmente ficam carregando lava na minha circulação sanguínea como algo normal. eu nunca petrifiquei-me em uma obsidiana límpida porque eu nunca sem sequer me dei uma daquelas pausas que a gente precisa para assimilar uma informação muito estranha que não foi concebida e por hora, meio que você é obrigado à lidar com isso de um jeito ou de outra.

tal fato que me ferve dos pés à cabeça é fruto da minha incapacidade quase letal em nunca ter tido coragem de escabelar veia por veia enraizada no meu corpo à fim de fazê-las em forma de bola de lã e atirar para o meu gato brincar.

o sangue que corre dentro de mim é sujo ao invés de ser cristalino. é amaldiçoado ao invés de ser santificado. são com maldições assim contentes que eu me acabo dia após dia.

é inconsistente um pai odiar um filho tanto quanto odeia a própria existência mas ele está certo. ele nunca esteve tão certo.

mas não pense que eu não o odeio também.

laços sanguíneos facilmente me matam de tristeza acumulada de saber que o pai que eu chamo de meu e compartilho somente do sobrenome, quis me abandonar aos lobos quando percebeu que eu simplesmente não estava a fim de ajoelhar e rezar para o seu deus inconsistente e assassino por tabela. paradoxalmente, o filho da puta me anulou do mundo e nessa noite eu nunca ri tanto. porque eu nunca tinha ouvido falar que a ignorância ia além de quesitos paternais.

e à partir daí talvez ele tenha pensado que o meu sangue parou de ferver, porque pode ser que ele ainda acha que tem alguma autoridade sobre mim. muito pelo contrário! ele até teria algo se não me procurasse só para jogar água benta nas feridas que ele mesmo abriu dentro da minha corrente sanguínea.

𝗇𝗈𝗏𝖾𝗆𝖻𝖾𝗋Onde histórias criam vida. Descubra agora