𝑗𝑎𝑛𝑒𝑖𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑑𝑜𝑖𝑠 𝑚𝑖𝑙 𝑒 𝑑𝑒𝑧𝑒𝑛𝑜𝑣𝑒
antes de ser tomada pelo suor de uma noite que se provou ser fruto de algo profano, eu me toquei que nada na vida dura pra sempre e destranquei o cadeado da minha efêmera caixa de pandora só para ver se eu arcaria com as consequências de viver com a certeza de que dali em diante eu estaria assinando a sentença de permição para a minha menina bonita do cabelo enrolado se deitar no banco de trás do carro de qualquer um que nunca poderá arrancá-la do meu coração. mas foi aí que eu me enganei e a brincadeira se tornou dez milhões de vezes mais corrosiva do que um shot de acido sulfúrico.
o mar do caribe é refletido no capô do meu carro mas eu nem sequer tenho vontade de sair riscando fogo há milhões de quilômetros por hora com ele porque simplesmente não existe graça alguma em ceder para um pecado do século passado ao lado de garotas de porcelana, lábios deliciosos pra caralho e um frio na barriga clandestinos demais para serem descritos sem que sejam acompanhadas por uma longa pausa à fim de que eu consiga digerir toda a solidez de uma alma líquida que eu acabei de ingerir dos pés àcabeça.
ninguém é feliz pra sempre e as nossas noites quentes de um verão morto se escondem em flores amarelas que desabrocham numa estação perdida no polo norte: o frio me congela de medo.
meu casulo de borboleta é basicamente composto de teias que as aranhas fizeram envolvendo o meu corpo como um pequeno cadáver desconhecido que ficou tempo demais te esperando no banco do nosso carro azul da cor do caribe.
acho que você se derreteu no meio do caminho para a praia.
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𝗇𝗈𝗏𝖾𝗆𝖻𝖾𝗋
Poesia‧⁺◞ ̑̑: 𝖆𝖑𝖑 𝖙𝖍𝖆𝖙 𝖜𝖊 𝖈𝖆𝖓 𝖉𝖔 𝖙𝖔 𝖍𝖊𝖑𝖕 𝖔𝖚𝖗𝖘𝖊𝖑𝖛𝖊𝖘 𝖎𝖘 𝖘𝖙𝖆𝖞 𝖆𝖑𝖎𝖛𝖊 #1 drabble - 27/11