Take On Me

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Perdoem a demora e não desistam de mim. Juro que estou dando meu melhor, mas é muita coisa pra minha cabecinha afetada pela falta de vitaminas e neurônios kkkkk espero que gostem <3

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A cama permanecia escondendo um segredo de duas pessoas com maturidade suficiente para calar tudo o que haviam vivido. A inércia dos corpos era nítida e mesmo com a falta de carinho e a utilização de formas para suprir a carência, a preocupação existia.

O homem com a camisa preta contornava o pescoço pálido da pessoa deitada ao seu lado, enquanto seus dedos acariciavam os cabelos ondulados da jovem. Mulher essa que não escondia nada de si. Sua exposição era tão clara quanto a luz da manhã que começava a iluminar o quarto quente.

Dois seres humanos, dois cérebros pensantes, dois corpos que não se completavam, mas estavam existindo com total sintonia naquele exato momento. A cabeça da mais nova, que estava sobre o peito coberto do homem, virou com calma, olhando para o rosto desatento que fitava o teto.

— Você está bem? — Os olhos da mulher eram o caramelo mais doce que Saint podia ter encontrado. E ele se deu por conta disso quando os olhou. Não havia sentimentos profundos ali, mas nada substituiria aquele par.

— Por que eu não estaria? — O sorriso surgiu levemente nos lábios do locutor.

— Eu me sinto culpada. Parece que você fez algo que não queria e que fui eu quem te influenciou. — Os pensamentos da mulher voaram longe, mas o homem continuava centrado.

— Eu nunca me forço a fazer nada. Se fiz algo, era exatamente o que queria. — Os dedos envoltos nos fios avermelhados se movimentaram com lentidão. Todo aquele carinho parecia justamente uma forma de visão confusa.

— Kha. — O som mélico da voz de Fern inundou o espaço iluminado. — Aliás, Pi, por que você ficou com a camiseta?

Os dedos finos e claros começaram a passar na barra escura do tecido feito de algodão. Ela não tentou levantá-la ou retirar do lugar que estava, apenas deixou que sua mão passeasse por ali como o andar na areia fina no nascer do sol.

— Eu não gosto. — A mão do mais velho segurou a que tocava gentilmente a beira de sua barriga. Um passado doloroso e vergonhoso que exigia, para o homem, todo o cuidado possível.

— Desculpe, Pi. Não tive a intenção de te incomodar. — Os olhos de fênix se abaixaram lentamente, como se estivessem sendo empurrados ou magnetizados pelo centro da Terra.

— Certo. — Foi a curta palavra que poderia ter deixado um ambiente tenso, mas a continuação da sentença tranquilizou a mulher de corpo definido que ainda permanecia deitada. — Você quer comer alguma coisa em especial? Eu posso fazer o café.

— Não estou com fome, obrigada. — Com um sorriso doce, a jovem parecia estar acordando novamente, como se estivesse fazendo manha. O homem apenas assentiu quando a mente da mulher pareceu ter um estalo. — Que horas são?

— Quase 7h. — Pegando o telefone, o rapaz comentou com calma.

— Oh, por Buda!! Estou atrasada! — Com o seu corpo nu, a mulher levantou-se como um trovão. Ela sabia que teria muito a fazer naquele dia, o serviço não podia esperar.

As mãos hábeis da jovem juntavam as roupas que lhe pertenciam, as vestindo com uma pressa inexplicável. O homem não conseguia nem mesmo raciocinar com a forma que ela se vestia. Parecia que estava prestes a perder seu emprego. Mas ela estava em cima dele.

Miríade [PAUSADA]Onde histórias criam vida. Descubra agora