I Love You, Rowan

Jealousy

Notas do Autor

oláaa meninos e meninas
aqui estou eu novamente ressurgindo das cinzas após seculos sem atualizações
esse capitulo é a primeira parte de um cenário de 3 caps então espero que vcs curtam a ambientação.
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16 de dezembro de 2017

É desgastante ser a pessoa que corre atrás. Eu nunca imaginei que seria tão difícil, afinal sempre saí com garotos, são eles os responsáveis pela conquista e, sinceramente, precisam se esforçar tão pouco que chega a ser patético. Eu tinha que estar sempre linda, mandar indiretas e estar sempre disposta a seduzir, tinha que respeitar regras de um joguinho extremamente complexo em que eu não podia parecer fácil demais ou difícil demais, e eles? Tudo que precisavam fazer era mandar uma mensagem idiota me chamando para o cinema. Tipo, sério? E quando eu finalmente me acostumo com todas essas porcarias de regras, o joguinho vai lá e vira de cabeça para baixo. As regras são jogadas para o alto e eu fico completamente no escuro, igualzinho quando eu tinha treze anos. Ainda não tinha certeza se isso ocorria por eu não estar mais lidando com garotos, logo tinha que fazer a minha parte e a deles, ou por estar lidando com a Rowan.

Dar em cima dela me fazia viver numa constante paranoia. Previa um iminente desastre, sempre com medo de ir longe demais, de atingir seus limites e estragar absolutamente tudo. Mesmo quando as coisas pareciam ir bem, ela dava um jeito de fazer tudo se embaralhar e ficar complicado demais. Ela me rejeitava e segundos depois me dava mole. Claramente me queria, mas nada saía de sua boca em confirmação. Ela dizia sim, ela dizia não. Ela tava fria, ela tava quente. Ela me amava, ela me odiava... Humpf.

As vezes me dá uma vontade de desistir, voltar a estaca zero e simplesmente fingir que nunca dei o primeiro passo. Quando eu piso um pouco além da linha e ela recua ou quando em meio a uma troca de mensagens significativas ela me manda um boa noite e diz estar indo dormir. Quando ela dá algo a entender e nega logo em seguida ou quando diz que queria estar comigo e minutos depois aparece marcada em fotos junto ao namorado. É frustrantes. Me faz digitar uma mensagem enorme falando que não quero mais contato com ela. Me faz querer arrumar as minhas malas, me mudar para uma fazendinha no outro lado do mundo e nunca mais dar notícias a ninguém. Mas no dia seguinte, ela vai lá e me dá mole de novo. Se eu não procurar, ela procura. Se eu não provocar, ela provoca. Se eu simplesmente decidir parar, ela vai lá e decide continuar. E, deus, como eu não consigo resistir a esse joguinho.

As vezes minha paranoia vai longe demais e me deixa achando que estou apenas em meio a um complô sádico e perverso. Penso que ela está rindo alto do outro lado da tela com minhas mensagens ou que mostra tudo para o namorado e ambos caçoam de mim. Que tira prints de minhas mensagens e manda para as amigas ou que nada que falo realmente a interessa e seus olhos reviram a ver uma notificação minha. Fico imaginando o quão patética ela deve me achar por cair em numa pegadinha tão óbvia. E quanto mais tempo passamos sem nos ver pior minha cabeça vai ficando. Todos esses pensamentos nebulosos se esvaecem quando a vejo prender a respiração e enrubescer o rosto ao me ver, nesses momentos eu tenho a certeza que minhas teorias catastrofistas são nada além de delírios de meu cérebro inseguro.

Ela arrastava uma mala que parecia muito mais pesada que o necessário para dois dias. Vestia um moletom enorme que com certeza saiu do guarda-roupa de Curran e o cabelo estava preso num rabo de cavalo apertado. Todo o look e as olheiras que o complementavam indicavam que não teve muito tempo para se arrumar ou descansar. Ela estava na casa dos sogros aqueles dias. Obviamente ela não comentou isso comigo em nenhum momento, mas todas suas postagens no instagram a entregaram. No entanto, diferente das fotos, ela não estava com a melhor cara do mundo. Minha cabecinha criativa e esperançosa já estava pensando que quem sabe ela tinha brigado com o babaquinha, né?