Christmas

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Notas do Autor

Crlho eu escrevo isso aqui faz uns 1000 anos né? Vcs devem ficar muito chocados quando eu retorno das cinzas com um capítulo novo kkkkkkkkk enfim, ultimamente eu ando tentando fazer um detox das redes sociais para ver se consigo virar umas pessoa mais produtiva (nem que seja nos meus hobbys), não to botando muita fé que vá funcionar não, mas pelo menos me ajudou a ter inspiração para finalmente terminar esse capítulo doído
Espero que vocês gostem s2

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24 de dezembro de 2017 - Véspera de Natal


Senti falta de Lehigh Valley, o frio, as ruas cinzas do inverno e até mesmo as pessoas medíocres, que detestei por tanto tempo, transbordavam nostalgia. O voo entediante que ficou para trás, as costas me matando e minha irmã mais velha nos repreendendo por tê-la deixado esperando, eram incômodos ignorados sem o mínimo esforço, a paisagem através da janela prendia minha atenção e me transportava de volta à um tempo em que nada era tão fodido quanto atualmente. Cayla dirigia devagar, por segurança, ela dizia, a pista devia estar molhada demais para sequer pisar o dedinho mindinho no acelerador, só podia, outro inconveniente, mas pelo menos esse me dava tempo, para limpar minha mente e me preparar para loucura do natal dos Carpenters. Sarah sentava no banco da frente e seus dedos nervosos não paravam de digitar, resolvendo coisas do trabalho, eu acho, ou, mais provavelmente, forjando uma desculpa para ignorar o falatório da mais velha. Aprendemos cedo a não a incentivar quando, por ser a mais velha, tentava agir como se fosse nossa mãe, alguns minutos de silêncio para deixá-la despejar toda a reclamação de seu peito e logo ela voltaria ao seu lugar de irmã.

Ao descer do carro, precisei de alguns segundos para absorver toda a calmaria que minha casa antiga me passava, um sorriso pequeno se formou no canto da boca enquanto algumas de minhas melhores memórias deslizaram por minha mente. Entrelacei meus dedos e me estiquei para cima, o máximo que pude, tentando relaxar os músculos e aliviar as dores. Sarah me obrigou a ajudá-la com as caixas no dia anterior, com sua saída da série, no fim do ano passado, ela havia decidido se mudar com o namorado para uma cidade há duas horas de Los Angeles, ficou lá por mais meses que meus pais previram, porém com o papel novo que conseguira e o relacionamento se deteriorando, logo bateu na porta para ocupar seu antigo quarto em meu apartamento. Ela fez questão de recusar a ajuda do ex, como se só nós duas fossemos fortes o suficiente para subir aquele tanto de pertences pessoais que ela acumulava em apenas uma tarde.

A porta abriu com um rangido languido e característico. Nem consegui fazer uma varredura do local com o olhar, pois Shannon se lançou contra Sarah e eu, nos abraçando pelos ombros. Cayla não resistiu a entrar no abraço e virarmos o montinho das irmãs Carpenter. Estávamos todas tão empolgadas de estarmos finalmente reunidas de novos que até pulinhos de animação demos, costumávamos nos juntar na maioria dos feriados importantes, mas 2017 tinha sido um ano tanto atípico. Nós não havíamos conseguido ficar todas no mesmo lugar durante todo ano já que sempre alguém tinha que faltar, Sarah estava envolvida com o namoro, louca atrás de um trabalho novo e muitas vezes trabalhando comigo, eu super ocupada com gravações e turnê, Cayla tinha seu novo negócio de beleza e Shannon... Bem, ninguém sabe direito o que Shannon faz, mas com certeza deve ser algo importante. O natal era a primeira oportunidade de estarmos todas juntinhas colocando todo o assunto em dia.

O abraço durou bastante, era quente, macio e tinha o cheirinho de casa. Infelizmente minha mente nunca escolhe o momento apropriado para me lançar pensamentos intrusivos. "Isso não pode acontecer de novo" ali mesmo, no meio do melhor abraço do mundo, aquela frase estúpida tinha que voltar a percorrer minha consciência. O largo sorriso quis ceder, mas com a aproximação de meus avós eu o forcei a se manter. Larguei minhas irmãs e me deixei ser envolta no mais apertado abraço que cada um deles conseguia, enquanto meu estomago se revirava com aquela imagem inconveniente impregnada em meu subconsciente. "Vai estragar tudo", ela tinha murmurado para si, tão baixo que tenho quase certeza que nem sabe que ouvi, mas prestava a mais profunda atenção nela naquela fatídica manhã, depois disso aquelas palavras continuaram vagueando meu consciente por dias, me atravessando acompanhada a uma pontada aguda que deixava uma bela trilha de agonia em meu peito.

I Love You, RowanOnde histórias criam vida. Descubra agora