09- Dia de Colheita

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Ao entardecer, a Princesa vinha do mercado, era uma das coisas que mais gostava de fazer, comprar acessórios variados e muitas outras coisas mais que lhe seriam úteis para passar o tempo. Às vezes gostava de fazer bordados ornamentais em seus vestidos, criar pulseiras e colares para si mesma. Estava acompanhado de um soldado que a ajudava com as coisas

O tempo estava seco, porém fresco. As hortênsias eram uma das várias flores que tinham o aroma muito forte, por conta disso os jardins do reino claramente uns dos mais perfumados.

- Obrigada, pela ajuda. - a Princesa agradeceu ao soldado que a acompanhava. Recebeu a sexta de compras e foi direto para o quarto.

Nos últimos tempos, Alarc passara a costurar roupas para as crianças pobres do reino, assim como para as de outros reinos. Recebera o total apoio do Rei. Com a ajuda de suas amas e criados ela fazia tudo em pouco tempo.

Ela trajava um vestido simples, liso de cor azul. Mantinha o cabelo solto por gosto. Ouviu-se três toques seguidos na porta.

- Pois não? - ela disse.

- Princesa, Lady Mhaelyn e Sor Oktarlon acabaram de chegar. - informou a criada do outro lado da porta.

Ela pôs as mãos sobre a cintura.

- Dê-lhes algo de beber, já lá vou ter.

A criada assentiu. Saiu e foi atender os dois, enquanto isso Alarc se jogou na cama de maneira brusca, assim que o seu corpo embateu no colchão, ela ouvira algo estranho, um barulho igual ao de uma porta velha ranger.

- O que foi isso? - ela se interrogou. Levantou para procurar a origem de tal barulho, como esperado l, ela não encontrou, então decidiu ir atender as visitas.

Os irmãos Donawey tinham uma certa ligação com Alarc, era comum a presença deles no castelo. Ao passo que caminhava para encontrá-los, cruzara-se com guardas e criados que acenavam para ela. A Princesa era tão querida em seu reino, mas às vezes as pessoa a achavam estranha apesar de tamanha simpatia que ela esbanjava. Ela tinha um excêntrico gosto por coisas que as pessoas achavam "bizarras"; desde muito nova, ela gostava de andar atrás do médico real para vê-lo trabalhar com os cadáveres, dos menos bizarros até os mais desfigurados, era uma adolescente um tanto estranha.

Mhaelyn e o sobrinho estavam numa das varias salas do castelo tomando chá. Mhaelyn era a filha caçula da casa dos Donawey, jovem de 19 anos e estatura mediana, com poucos centímetros de diferença com Alarc no que toca a altura.

- Sejam bem vindos. - Alarc falou andando na direção deles com um largo sorriso.

Ela e Mhaelyn abraçaram-se. Oktarlon segurou cordialmente a sua mão e a beijou.

- Vossa alteza, estás... - ele a olhou cima a baixo e parou fitando os olhos verdes da Princesa que ficara branca como a neve. - Bela como sempre. Exuberante!

Ela sorriu de leve, forçadamente. Já conhecia a fama de Oktarlon o suficiente para saber que quando ele elogia e olhava para uma moça daquele jeito, era porque já começara a dispi-la com os olhos.

- Ah, obrigada, Sor Oktarlon. - ela respondeu indiferente e com a máxima cordialidade possível.

Alarc sentira-se meio desconfortada com ele ali, Oktarlon era do tipo de garoto simpático quando lhe convinha, porém desrespeitoso de certa maneira. Quando ela se deu conta, ele ainda segurava-lhe a mão, o que fora constrangedor para ela.

- Oktarlon!? - Mhaelyn o chamou. - Acho que já pode soltar a mão da princesa.

Ele riu para disfarçar.

CORONA AURORA - O Regresso da Tulipa (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora