22- Juntas Como Irmãs

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A guarnição no castelo de Girassol estava focada em todas as partes possíveis que Fargon pudesse surgir. Entretanto, no interior do castelo, as princesas jaziam acomodadas na varanda em conversas, quando de repente surgira uma figura envolto de um véu azul com um cajado na mão e túnica branca. Naturalmente, os guardas o cercaram apontando as lanças para ele.

— Quem é esse homem? — Alarc indignou-se.

— Ei, ei, ei — Dayanna correu para junto dele, já não usava a burca. — Não o machuquem.

— Mesmo que quisessem, não teriam conseguido. — falou o velho fazendo uma reverência. — Saudações, majestade.

— Saudações, Elfiron, o guardião. — respondeu a rainha.

    Ao ouvir isso, os guardas recolheram as lanças e tomaram seus postos. Isso era natural acontecer, tendo em vista que muitos não conheciam de cara o Guardião de Midraj.

— Conhece-lo, Dayanna? — Heavy quis saber.

— É o velho mago de que falei para vocês no outro dia.

— Então é você o velho ranzinza que não quer contar para Dayanna a sua origem.

— Camioura?! — Gélica e Nimsay a repreenderam.

Imediatamente ela fechou a boca e aquietou-se. A rainha fez sinal para os que os guardas saíssem.

— Elfiron, o que faz aqui? O que aconteceu com você? parece agitado.

— Chegou a hora, Xanva! — declarou o Elfiron. O velho suspirou profundamente e prosseguiu fazendo um circulo reluzente ao seu redor com cajado e, de seguida embateu a sua palma no chão, consequentemente foi gerada uma onda de luz azulada que se espargiu até o limite do reino, criando uma barreira que envolveu todo o território. Voltou o olhar para Dayanna.

— O que o senhor fez? — Camioura perguntou olhando no seu corpo.

— Uma barreira que nos dará algum tempo. Sayisman está vindo para cá pegar a última coroa.

— Eu estou... Pronta para...

— É sobre isso que eu queria falar. Sayisman sempre amou você de verdade. — encarou os olhos da metiza — No festival de há três anos, você era o alvo real de Petúnia. Para trazer os Senhores Primordiais era necessário o teu sangue, sangue puro, de um coração bondoso. O problema era que, ela não sabia que não podia matar você de jeito nenhum, por isso, quando ela descobriu começou a matar as princesas a fim de encontrar alguém com o coração como o seu. As tuas amigas tiveram sorte.

— Mas o que isso tem a ver com Sayisman? — Dayanna quis saber. — Se não conseguiu então como explica o fato de mesmo assim ter quase aberto os portais por completo?

— Não, ela conseguiu. Lembra da última princesa morta no corredor? A que o corpo ficou cadavérico?

Dayanna fez que sim com a cabeça.

— Pois é, aquela menina teve o infortúnio de ter um coração tão puro quanto o seu. Por isso Petúnia sugou dela todo o fluído vital e usou-o para abrir os portais. Sobre Sayisman... — o velho tossiu. — Todos os dragões sempre tiveram um lado bom, e um lado mau. Quando alguns deles assumiram a forma humana, os seus descedentes com os humanos se tornaram suscetiveis a herdar parte deles. Sayisman teve a desgraça de herdar a parte ruim de Fargon. Por natureza os dragões Flammerlin gostam de batalha, sangue e guerras. Ele começou a ser controlado pouco tempo depois de ter conhecido você, mas nessa altura ainda conseguia manter um pouco o controle, o reino de Petúnia foi o seu primeiro alvo para pegar a coroa da rainha. Mas foi Petúnia quem o influenciara a atear fogo no reino todo, e como Fargon sempre gostou de coisas do gênero... Aquilo foi como um ensaio.

CORONA AURORA - O Regresso da Tulipa (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora