12- Conflitos Familiares

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O homem caminhava pela praça descontraído, era como se aquele lugar fosse ligado a ele, de tal maneira que não se distraía com nada, aparentemente já estava acostumado com as coisas ao seu redor. De um lado estavam vendedores de peixe, iguarias, e tantas outras coisas mais, os mercadores vendiam de tudo um pouco. Do outro lado estava um homem vendendo adagas de arremesso.

"Ainda não me respondeu, o que está fazendo aqui?" - insistiu a voz grave.

- Não te interessa, apenas olhe.

Ele continuou caminhando, parecia estar se dirigindo para um local específico. Foi até as partes mais remotas de Gardênia, adentrou no bosque e seguiu a trilha que levava para um casebre preto com o teto alongado para cima.

Ele parou diante do casebre, respirou fundo e continuou caminhando... O lugar era ladeado com um circulo de pedras em volta dele, tinha uma fogueira recém apagada a esquerda, ladeada com pedras cinzentas. Tinha um letreiro escrito com letras negras posto logo a entrada, quem as escreveu devia ser canhoto, as letras não estavam bem firmes e inclinadas para frente, estava escrito num idioma estranho, era antigo, idioma esse que o homem parecia conhecer e entender, pois aparentemente ele pareceu compreender exatamente o que dizia o letreiro, sem exitar a contragosto da voz grave que vinha dele adentrou no círculo de pedra que ladeava o casebre. A casinha tinha um cheiro pesado de ervas, muitas ervas, estava um pouquinho escuro embora sendo dia, tinha algumas lamparinas acesas e um homem sentado numa poltrona com um cachimbo na boca...

O ser do capuz ficou reparando no casebre, era como uma casa comum, não tinha o aspeto que ele esperava encontrar por conta do semblante exterior, embora as paredes sendo escuras, tinha outras poltronas.

- É falta de respeito entrar na casa dos outros sem ser convidado e ficar reparando. - o homem sentado na poltrona era de idade, tinha cabelos longos, brancos e trajava longas vestes brancas, uma barba um tanto volumosa que ele ficou acariciando.

- Você já deve saber o porquê de eu estar aqui, não sabe? - disse o homem.

O Senhor na poltrona soltou um anel de fumo da boca e fez que sim meneando a cabeça.

- Esse mal que está dentro de você é mais poderoso do que possas imaginar. Essas criaturas são traiçoeiras ás vezes.

- Mas ele é diferente, sempre foi... Não sei o que mudou. Me ajude então, você parece saber muito disto.

O Senhor ficou raciocinando sobre o assunto, ele sabia que havia uma força extraordinária dentro do jovem rapaz, uma força que nenhum mortal conseguiria se ver livre com facilidade, mas o que era? Era o que ele se questionava, fitou o jovem e disse-lhe:

- Sente-se, visitas não ficam de pé em minha casa, ainda mais uma pessoa como você.

O jovem obedeceu.

- Eu posso ajudar, mas não muito, meu rapaz. - expeliu outro anel de fumo para frente.

- Eu não quero continuar matando pessoas inocentes. - lamentou o jovem.

- Não é você quem está matando, é ele.

- Não sou eu, mas... Ele está me usando.

Notando o sofrimento e desespero na voz do homem encapuzado, o senhor se compadeceu.

- Vou lhe dar algo, meu jovem. - O Senhor adentrou num compartimento que estava no lado esquerdo dele e voltou com um objeto forrado num pano branco. - Tome. Use isto.

- O que é?

- Saberás assim que o abrires. Mas lembre-se, não vai funcionar como você quer por muito tempo. Quem ou o que está controlando você é muito poderoso.

CORONA AURORA - O Regresso da Tulipa (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora