17- Juntas Como Irmãs

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Ao amanhecer do terceiro dia da semana, os Grannvall estiveram no Reino de Nenúfar. Colheram o máximo de informações que puderam. A Rainha estava de rastos, com a sua coroa roubada, significava que não poderia fazer parte do conselho. Artheniar analisava a ligeira destruição que estava a estrutura do palácio real. Algumas mulheres estavam feridas. Por sorte nenhuma havia morrido. Aparentemente o atacante mostrara alguma "misericórdia" para com as Nenúfares, coisa que não fizera com os guardas que o interceptaram nos outros reinos.

— Vossa Majestade, como ele chegou aqui? — balbuciou Aldennor.

— Como faz uma pergunta dessas, Aldennor? É obvio que ele chegou aqui do mesmo jeito que nós, de barco.— observou Bellinder.

    As mulheres ao lado da Rainha olharam uma para a outra, como quem diz "Homens". Não era comum ter homens em Nenúfar, não importava quem, apenas acontecia uma vez em cada ano, no solsticio de inverno, mas desta vez Athenya fizera uma exceção para os Grannvall a pedido de Mháximos, pois nem mesmo o cabeça do Conselho de Midraj contradizia as leis do seu reino, não por outra razão a não ser o respeito. Sempre fora assim desde os tempo idos.

— Errado! — Athenya corrigiu. — Ele não chegou num barco. Veio voando.

Os irmãos ficaram atônitos e com os olhos arregalados. Permaneceram em silêncio por alguns segundos incrédulos.

— E-e... Espere. Majestade, está dizendo que o ladrão estava... — ele simulou o bater de asas com os braços. — Voando?

— Está insultando a minha rainha? — perguntou Alijah, com ar intimidador. Era a filha mais velha de Athenya.

— Alijah? — Athenya a chamou.

A metiza retraiu-se e permaneceu no seu lugar.

— Desculpe se o meu irmão fez parecer a pergunta... Insolente. Vossa majestade falou que "ele", veio voando. Era um homem? — Artheniar inquiriu frenético.

— Sim. E não era qualquer homem. Aquilo não parecia humano. Tinha asas, o corpo dele era revestido de escamas resplandecentes e cuspia fogo como um dragão. — informou a Rainha.

   Arhteniar franziu o rosto. Exceto os draconianos, ele sabia que já não existiam dragões. Que eles apareciam sempre onde tivesse guerras.
— Vossa majestade, saberia me dizer se... Se "ele" estava trajando tecidos de roupas semelhantes a este? — Arhteniar mostrou o tecido que haviam pego no reino de Álamo.

   A Rainha curvou-se para frente e fixou os olhos no tecido, retraiu o canto da boca num ligeiro sorrisinho.

— Quando disse que "ele" tinha o corpo revestido de escamas, referia-me ao corpo inteiro.

— Como assim? Ele... Estava sem roupas? — Garnier perguntou curioso.

Athenya assentiu.

— Isso é que é ser ousado. — Aldennor murmurou baixinho.

— Isso que tendes em mão. — disse a Rainha. — Pertencia-lhe mesmo?

Arhteniar disse que sim.

— Então deverá ter o cheiro dele. Penso que talvez alguém poderá ajudar a identificar a quem o cheiro pertence. — Athenya olhou para a filha mais velha e disse-lhe algo em voz baixinha.

    Alijah saiu por segundos e voltou logo com um animal similar a um tigre, possuía duas caudas e listras douradas ao longo do dorso e tinha o dobro do tamanho de um leão, entregou-o para Artheniar.

— Certifiquem-se que o trazem em segurança. São os melhores rastreadores que Midraj tem. — informou a Princesa.

   Daí, os Grannvall puseram-se a caminho de regresso ao continente.
Durante a noite ficaram bebendo rum. Garnier como de costume ficou bêbedo. Artheniar não parava de cogitar no que Athenya dissera sobre o Ladrão das Coroas.
De antemão, ele já havia feito uma lista das possíveis casas que poderiam estar envolvidas nos roubos. A casa dos Barkhano, esses eram uma das piores dentre as piores casas, porém fazia alguns anos que estavam retos, então ele descartou, por serem também uma das casas menores. Junto estavam as casas de ouro: Arcvalens, Donawey, Elinor, Maggicanst e os Feory. Embora sendo as casas mais ricas de Midraj, depois das famílias reais obviamente, ainda assim tinham o maior índice de roubos e furtos, todos que pertenciam a elas nasciam com a ganância no sangue. A esses ele também descartou. Por outro lado, estava a Casa de Bronze: Mavodus. Esses estavam no topo da lista, seguido da família Maharnionkosky. A Casa de Bronze era a única cujos membros tinham passado e presente macabros. Na sua maioria eram usuários de magia. Não se sabia ao certo quão grande era a família Mavodu; há tempos estimava-se que seriam uns 40, tornando-os a maior de todas, mas, descartou-se tal estimativa porque ninguém era corajoso o bastante para fazer um senso naquela casa, sem mencionar o fato de que eles quase nunca faziam aparições.

CORONA AURORA - O Regresso da Tulipa (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora