Adorável Dançarina

Capítulo 14

Ele estava lá nem acreditei que hoje mesmo ele falou comigo, e nem mencionou que estava em KC.

Meu sangue ferveu, mas mantive minha concentração, eu dançava como sempre envolvendo o mastro, e deixando a musica me levar e meu corpo suado aderia ao poste do pole dance, magicamente.

Percebi que ele bebia uísque, e não tirava os olhos de minha desenvoltura, eu sabia  que o motivo dele vir a ao clube era ver a minha dança, mas ele não sabia quem eu era, e isso me deixava perplexa comigo mesma.

Não sei se a dança foi sensual o bastante, pois estava sendo guiada pela raiva, e ao mesmo tempo pelo temor.

Assim que a musica chegou a seu final as luzes apagaram-se deixando o ambiente escuro, eu segui o caminho do camarim, pisando firme, sentei em frente a meu espelho meu reflexo me respondia à pergunta crucial, eu estava com raiva, ele dizia que queria que eu o deixasse entrar, no entanto estava aqui... E nem me falou...Nenhuma menção de sua presença na cidade, ele não fez questão que eu soubesse.

No entanto eu não poderia ser hipócrita, eu vivia uma mentira, no entanto eu tinha que colocar isso para fora o quanto antes.

−O que ouve? –Aurora segurou em meu ombro

−Não preciso nem mencionar quem está lá no salão! –pelo espelho vi o olhar de preocupação estampado na face dela.

−Isso não é bom, e se ele pedir para ir à sala privada novamente? –essa é a pergunta chave, eu tenho quase certeza que ele o fará, resta saber o que eu vou fazer.

−Não sei.

−Aurora, é a sua deixa. –Carmem entrou apressando  Lady vênus que rapidamente colocou a sua mascara e saiu para sua apresentação. Encarava meu reflexo esperando para retirar minha roupa.

−Naty, por favor, temos mais um pedido para o privado. –a voz de Carmem me fez saltar imediatamente, e eu sabia quem eu ia encontrara lá, então eu tive uma ideia, eu ia acabar com isso hoje e agora.

(***)

Escolhi uma musica propicia, eu amava o embalo da batida, e sua letra era exatamente o que eu estava sentindo, Nobody's Perfect, pois ninguém é perfeito, nem ele estando ali naquele momento e nem eu estando mentido para ele.

Entrei no pequeno palco do privado, e como sempre ele estava lá sentado na poltrona, meu corpo era todo emoção. E parte de mim queria ir lá contar toda verdade logo, e o levar a meu apartamento para nos amarmos, mas outra parte de mim queria confronta-lo.

Comecei meus movimentos em volta do poste, lentamente, o provocando, arrisquei varias vezes o olhar em seus olhos e mesmo de longe o medo me invadia, eu queria acabar com a mentira, temia sua reação, mas queria muito que ele entendesse.

Eu agarrei o poste com as duas mãos e num impulso eu estava escalando ele.

Enganchei minhas pernas e soltei as mãos dando uma curvatura de meu corpo, que com as luzes davam um ar sensual.

Eu rodopiei, descendo do mastro, e sensualmente eu fazia movimentos em que meu corpo tinha espasmos, eu ali vendo Ele me observar, eu tinha que contar a verdade.

Ele era meu, eu descobri que o amo, e o quero, e ele vai me aceitar sim eu sinto.