Adorável Dançarina

Capítulo 22

Observei atenta a reação de Ian diante do que eu acabara de lhe contar.

−Eu só posso dizer que o culpado disso sou eu mesmo. – ele abaixou sua cabeça e mexeu em seu bolso em busca de algo.

Fiquei completamente espantada com a sua reação, estava preparada para um ataque machista completamente diferente.

− Ian, isto não é culpa de ninguém, foi um beijo, só te contei pois...

− Entenda – ele pegou a carteira de cigarros e bateu em sua mão até pegar um −sei que fui o canalha, eu deveria ter esta conversa com você há tempos, antes de eu ir lá e fazer burrada, eu sei que estava bêbado, mas isto não é desculpa para o que você viu. – ele balançou a cabeça enquanto acendia o cigarro. − aquele beijo...

− Ian – o interrompi − isso já foi...

−Não – agora fora ele a me interromper − escute, sei que é tarde para explicações, mas como disse quero tentar, eu fui estupido e idiota, mesmo não gostando da revelação de você ser a dançarina aquilo não foi a atitude certa. – a cada palavra era uma tragada −  sabe que me senti o mais miserável dos homens, sei que não te mereço, mas porra aqui dentro de mim, eu sinto uma coisa tão grande e forte, que chega a ser insuportável, você beijou o meu primo Daniel, e dai? Não estamos juntos, e ainda assim você vem e é sincera comigo, e eu sou um canalha...

−Ian também não é assim!

−Me explique – uma tragada intensa − é como?

Observei aquele discurso, e sentia a sinceridade vinda dele, meu peito guardava a mesma emoção forte dentro dele, chega a doer estar longe de Ian.  Minha vontade era de pular em seu pescoço ali mesmo e beija-lo intensamente esquecer tudo isto, porém eu sabia que era um grande passo para ele chegar até ali e me dizer tudo aquilo, eu tinha de ser forte e levar aquilo a um ponto crucial.

− Imagino como se sente, como disse nem estamos juntos, e me senti péssima quando Daniel e eu nos beijamos – encarei seus olhos para que ele sentisse a sinceridade− senti como traísse meu coração.

As palavras eram fortes, e assim nossos olhares encontraram-se, eu vi neles o mesmo Ian que vi na noite em que deixei meu coração abrir-se para ele, mas eu ainda tinha uma cartada.

−Ian! Tem mais – sua mascara despreocupada deu lugar a um olhar preocupado e ao observar suas tragadas intensas no cigarro ele estava segurando seu temperamento −Stevan está abrindo um negocio novo −observei que essa informação não era novidade para ele, mas ele estava desconfortável com o assunto. − e eu recebi um convite.

− Naty − Ian fechou os olhos e suspirou, depois de soltar o ar, ele abriu os olhos tentando ficar calmo. − eu tinha uma desconfiança que você recebesse esta proposta.

−Você sabia do novo Clube? – perguntei.

− Soube, e assim que você e disse estar dando aulas na academia de Daniel eu liguei os fatos. – sua mão fechou-se em punho e o cigarro já em seu fim foi jogado.

−Na verdade o convite é bem plausível− disse tranquilamente terminado meu copo de cerveja.

−Plausível? – ele ergueu a sobrancelha.