Se o diabo existe, com toda certeza é o meu vizinho.

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Hihihi... hahaha... hmmm, Shoutinho

As noites seguintes foram abençoadamente calmas. Nada de batidas, nada de palmadas, nada de miados, nada de risadas. É verdade que Bidu se sentia um tanto abandonado de vez em quando, mas tudo o mais ia muito bem no apartamento. Conheci alguns dos vizinhos, incluindo kaminari e Mineta, que viviam no andar de baixo.

Não vira nem ouvira Shouto desde a Risadinha e, embora estivesse grato pelas noites de sono perfeito, também estava curioso sobre o motivo de seu desaparecimento.

Sero e Mineta ficaram encantados em me atualizar.

— Gata, espere até ver nosso querido Shoutinho. Que espécie de macho! — exclamou mineta. Ele tinha me pegado no corredor, a caminho de casa, e em segundos um coquetel surgira em minha mão.

— Sim! Ele é gostoso, sabe? Classudo! Ah, se eu fosse o seu tipo... — Mineta cantarolou, abanando-se enquanto Sero o fuzilava com os olhos por cima de seu IPhone

— Se você fosse o tipo dele, O quê? Por favor. Shouto nunca foi para o seu bico. Ele é um filé... e você e eu não passamos de salsichas. E você com esse cabelo roxo me parece que passou da validade... lote vencido.

— Fale por você — riu Mineta, afetado. chupando sugestivamente o seu dedo.

— Mas então... Falem-me desse cara. Admito que, depois do show que ele deu durante a semana, estou um pouco intrigado a respeito do homem por trás das batidas na parede.

Ao perceber que eles não iriam retribuir se eu não abrisse o bico, contei sobre as travessuras que Shouto fazia de madrugada. Os dois se agarraram a cada palavra como sanguessugas. Falei das sucessivas mulheres com quem ele tinha ficado e  e eles deduziram o resto.

Shouto era um fotógrafo freelancer que viajava pelo mundo. Ambos supuseram que ele estava fora a trabalho no momento, o que explicava a qualidade do meu sono. Ele trabalhara em projetos da tv privada — só coisa grande. O meu vizinho já tinha até ganhado prêmios por suas fotos. Sempre deixava o carro quando viajava: um velho e desconjuntado Land Rover. A partir do que eles me contaram — o carro, o trabalho — e do fórum internacional de orgasmos do outro lado da parede, comecei a montar o perfil desse homem, que ainda não tinha visto. E estaria mentindo se dissesse que não ficava mais curioso a cada dia.

[...]

No fim de uma tarde, depois de deixar algumas amostras para a casa dos bakugous, decidi voltar a pé para casa. A neblina tinha se dissipado, desvendando a cidade e oferecendo um belo começo de noite para um passeio. Enquanto contornava a esquina rumo a meu apartamento, notei que o Land Rover não ocupava seu posto habitual, atrás do prédio. O que significava que ele andava por aí.

Shouto estava de volta a San Francisco.

Embora tivesse me preparado para outra rodada de trepada pelas paredes, os dias seguintes transcorreram sem grandes acontecimentos. Eu trabalhei, caminhei, cuidei de Bidu. Saí com as garotas, fiz um maravilhoso macarrão caseiro na minha nova/preciosa queridinha batedeira.

algum tempo pesquisando sobre minhas férias. Todo ano, eu saía de férias completamente sozinho por uma semana. Sempre para um destino excitante, e nunca fui duas vezes para o mesmo lugar. Houve um ano em que passei uma semana caminhando na Coreia. Em outro, pratiquei esportes radicais num acampamento de ecoturismo, em Carmel. E neste ano... eu não sabia para onde iria. Tudo se tornando financeiramente impossível no atual estado da economia da minha carteira. O meu grande passa tempo é imaginar sobre as minha férias, mas confesso que gastei boa parte desse tempo bisbilhotando o meu olho mágico. uma porta se fechava, corria para bisbilhotar. Bidume olhava com um sorrisinho. Ele sabia exatamente o que eu pretendia. Por que estava me julgando, no entanto, jamais saberei, já que suas orelhas se empinavam sempre que ele ouvia ruídos vindos da escada.

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