Dificil carregar o peso de ser um tremendo dedo podre

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—Ai, meu Deus!

Tum.

—Ai, meu Deus!

Tum, tum.  

Eu me desequilibrava na cama com o impacto das suas metidas. Ele se impeliu contra mim com uma força inabalável, dando-me exatamente o que eu podia aguentar, empurrando-me só um pouquinho para além da beirada. Me fitou, duro, disparando um sorriso de quem sabia. Fechei os olhos e me permiti sentir o quão profundamente estava sendo afetado — E era muito profundamente. Pegou minhas mãos e as ergueu na direção da cabeceira, acima da minha cabeça.

— Acredite, você vai querer se segurar firme agora — ele sussurrou, colocando uma de minhas pernas sobre seu ombro e mudando o ritmo de seus quadris.

— Shouto! — Gemi, começando a sentir espasmos no corpo. Seus olhos, aqueles malditos olhos bicolores, se fixaram nos meus enquanto eu palpitava em torno dele.

— Ai, Shouto! —  gritei de novo.

E acordei... com os braços sobre a cabeça, as mãos agarrando firmemente a cabeceira. Fechei os olhos por um momento e fiz força para descerrar os dedos. Quando olhei de novo, vi pontos brancos em meus dedos, de tão apertados que estavam. Sentei com dificuldade. Estava coberto de suor e ofegava. Ofegava de verdade. Os lençóis formavam uma bola no pé da cama, com Bidu soterrado, só o focinho aflorando.

— você está se escondendo? — AU-AU! — foi a resposta zangada, e uma carinha se seguiu ao focinho.

— Pode sair, seu bobo. Papai não vai mais gritar. Acho. — Dei risada e passei os dedos pelo meu cabelo desgrenhado. Havia charmosamente suado no pijama inteiro, então me levantei e fiquei diante do ar-condicionado, me refrescando e começando a me acalmar.

— Essa foi por pouco, hein, OS? — gracejei, pressionando uma perna contra a outra e sentindo um incômodo nada desagradável entre as coxas.

Desde a noite em que nos conhecemos, eu não parava de sonhar com Ele. Não que quisesse — não queria mesmo, de verdade —, mas meu subconsciente havia tomado o controle e fazia loucuras com ele durante a noite.

Bidu se desvencilhou de mim e correu rumo à cozinha para sua dança habitual ao redor da tigela.

— Eu sei, eu sei, sossega aí — resmunguei enquanto ele roçava em meus tornozelos. Despejei uma colher de ração na tigela e fiz café. Me debrucei sobre o balcão e tentei me recompor. Ainda ofegava um pouco. Aquele sonho tinha sido... intenso, digamos assim. Pensei de novo em seu corpo curvado sobre o meu, uma pérola de suor escorregando de seu nariz e tombando no meu peito. Ele se abaixava e passava a língua na minha barriga, em direção ao meu peito, e depois... mordia...

Tim, tim...

O sr. Café me trouxe de volta de meus devaneios atrevidos, e eu fiquei grato. Podia sentir que estava ficando excitado outra vez. Será que isso vai ser um problema?

Enchi uma xícara de café, descasquei uma banana e olhei pela janela. Ignorei a vontade de massagear a banana e a meti na boca. Oh, meu Deus do céu... A coisa se dirigiu para o sul rapidamente. E, por "sul", eu quero dizer... Dei um tapa na minha cara e me forcei a pensar em algo que não fosse o galinha com quem atualmente partilhava uma parede. Coisas insignificantes. Coisas inócuas. Cachorrinhos... Dar de quatro. Sorvete de casquinha... Lamber a casquinha dele e duas bolas. Brincadeiras de criança... Hum, será que eu quero seguir o mestre Shouto? Ok, chega! Você não está nem tentando mais!

Debaixo do chuveiro, cantei o hino do brado que aprendi na infância várias vezes seguidas para impedir que minhas mãos fizessem outra coisa senão ensaboar. Precisava ter em mente o idiota que ele era —  e não como ficava vestindo apenas um lençol e um sorriso. Fechei os olhos e me inclinei para o jato de água, relembrando aquela noite. Quando parei de encará-lo — ou melhor, de encarar o que se encontrava embaixo do lençol — , E abri a boca para falar:

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