Fera selvagem

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Bom, depois que dei um soco na cara do Eduardo, recebi um também. Só que eu tinha a força de um bezerro e ele de um cavalo selvagem.

Cai no chão e apaguei.

Quando acordei estava sentando e abrir meus olhos com dificuldade.

Olhei para o lado e levei um susto. Ele estava dirigindo tranquilamente e com o som ligado.
Eu tentei abrir a porta da caminhonete mas estava trancada.

Sentir medo dele me bater de novo.

-Se acalma, não vou te bater mais. -Sua voz era calma o que me deixou com mais raiva ainda.

Olhei no espelho do carro e percebi que meu olho estava inchado e vermelho, logo ia ficar roxo.

-Sua vó vai me matar por isso. -Ele deu risada. Filha da puta.

-Cara, Desculpa por ter feito isso. Mas não posso receber um soco e ficar quieto. E falando em soco, você precisa fortalecer mais esses braços, se quiser te ensino.

Se eu pudesse dar outro soco da cara dele sem receber um que me deixava desacordado eu ia dar essa hora.

-Bom chegamos. -Ele saiu da caminhonete com pose de campeão e eu fui atrás.

Entrei na casa e meus avós e me olharam assustado. Além do olho eu estava todo sujo de terra.

Tentei acalmar a respiração.

-Meu filho, o que te aconteceu? Eduardo?

Ele ia começar a falar, mas eu o interrompi.

-Eu cai. -Falei e olhei para o Eduardo que estava bem calmo com toda aquela cena, até se sentou no sofá da sala.

-Você caiu de um penhasco? -Meu avô falou e foi mais perto para ver a situação.

-Aqui. Coloca nesse olho. -Minha avó me deu uma bolsa de gelo.

-Vou tomar banho. -Sair dali e comecei a subir a escada, porém meu avô me chama.

-E a faculdade? Conseguiu se matricular?

-Pergunta para o "Edu". -Virei de costa e fui para meu quarto.

Não estava afim de falar com mais ninguém. Tinha que dar um jeito de pagar aquele otario. Não queria dever favores a ele.

Tomei meu banho e depois voltei para meu quarto. Deitei na cama frustrado com tudo que aconteceu.

Escuto alguém bater na porta e mando entrar, se fosse o Eduardo eu iria pegar a cadeira que tinha aqui e dar na cabeça dele.

Mas era meu avô. Ele entrou e se sentou na cadeira que seria a arma do crime.

-Ainda não conversamos. -Meu avô era uma pessoa muita simpática, era baixinho e gordinho. Tinha os cabelos todos brancos. Sempre gostei dele. Meu pai me contava das aventuras dos meu avô para mim quando eu era criança. Eu o achava o máximo.

Uma vez ele me contou que meu avô era o melhor laçador da região, que uma vez ele estava andando de cavalo e apareceu uma onça. A onça assustou o cavalo e ele caiu. Ficou de cara a cara com aquela fera selvagem mas ele não tinha arma. Somente um laço, e foi assim que ele conseguiu laça a onça e ainda amarrou suas patas igual se faz com os coitados dos bezerros.

Amor Inesperado (Romance gay) Onde histórias criam vida. Descubra agora