Solitário

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-Odeio quem fica fazendo charminho.

Ele se inclinou com agressividade e me beijou com força, sua boca foi intensa e com fome na minha.

Sua mão pegou à minha cintura e me apertava e não sei se era isso ou o beijo, mas estava ficando sem ar.

Sua língua não parou de procurar a minha e quando finalmente a encontrou ele me virou e me encostou contra a madeira. Aliás uma outra madeira estava me cutucando na frente.

Quer saber? Eu mandei um foda-se enorme e correspondi o beijo com fome igual ele estava fazendo.

Sua pegada era intensa, agressiva. Mas eu não queria que ele parasse e sim continuasse. Alguma hora parecia que ele ia me consumir. A nossa intensidade, frustrações, desejos e excitação se juntou tudo nesse momento.

Tinha muita coisa rolando nessa hora,tanto  minha quanto dele.

Mas a intensidade do beijo diminuiu para algo mais calmo, ele soltou sua mão da minha cintura e colocou na minha nuca.

Eu o agarrei pela cintura e também coloquei a mão na sua nuca.

Algo mudou no beijo, sentia uma coisa diferente que nunca sentir com ninguém, era como se nossas bocas sempre pertencente ao outro, eu não queria sair dali nunca e pelo visto nem ele.

As vezes paramos para respirar e depois voltamos à nos beijar.

Ele beijava meu pescoço e rançava sua barba e eu gemia baixinho, mas quando fazia isso ele voltava a me beijar com força.

-Não faz assim que eu fico louco. -Ele falou quando ouviu de novo meu gemido.

-Vamos para minha casa? -Ele parou o beijo e me segurou na cintura, depois me deu outro beijo e esperou minha resposta.

Opa, não. Nessa hora caiu a ficha.

Eu era mais uma presa dele.

Tirei suas mãos da minha cintura e sair de perto dele.

-Você está indo lá? -Ele me olhou com cara de safado, tive um pouco de vontade sim de ir.

-Não.

Ele me olhou confuso.

-Não vou transar com você, tipo nesse momento.

-Quem disse que vamos transar agora?

-Então quer fazer o que na sua casa?

-Quer mesmo ficar aqui no celeiro de ser pego pelo seu avô?

Na verdade não, ainda não tinha certeza que meu avô estava bem com o fato de ser gay ou o que ele achava disso.

-Seria tão ruim? -Eu cruzei o braço.

-As vezes você age como criança pirracenta. Sabe das coisas, mas fala para provocar.

-Bom, você não é muito diferente.

-Quer saber? Pedi a vontade. -Ele saiu dali e me deixou sozinho. Me sentir um pouco idiota. Mas não foi atrás dele.

Ele não foi almoçar com a gente, fui para meu quarto arrumar minhas coisas para o estágio amanhã e depois a mochila da faculdade.

Como eu não tinha mais que trabalhar na fazenda eu guardei minhas roupas de peão. Passei a mão em uma camisa e no bolso tinha uma coisa.

Peguei aquele pequeno pedaço de lenço e me lembrei o que tinha acontecido aquele dia que ele me deu para secar minhas lágrimas.

Será que eu não devia ser mais fácil? Ele parecia ser gente boa, parceiro. Mas lembrei do Enrique, ele também era assim, a única diferença que ele não era tão agressivo na pegada como o Eduardo e me lembrei da sua pegada mais cedo e fiquei excitado.

Amor Inesperado (Romance gay) Onde histórias criam vida. Descubra agora