Passamos por momentos difíceis, momentos que não sabemos quais atitudes tomar ou o que falar. Precisamos desses momentos para nos tornar quem somos hoje.
Eu não entendia por que eu estava parado na frente de um túmulo, por que eu estava ali?
Depois entendi que nunca mais o veria de novo. Que nunca poderia o abraçar outra vez e o chamar quando eu precisasse de ajuda. Ele se foi e causou um buraco enorme no meu coração.****
-Meninos, tenho uma notícia para vocês. -Estávamos em um restaurante, fazia muito tempo que não saímos de casa e foi a primeira vez que éramos nos quatros juntos jantando fora.Edu e eu olhamos para seu Elizário esperando a notícia. Minha mãe estava radiante aquele dia, nunca a vi tão arrumada e vaidosa.
-Qual notícia, pai? -Edu ficou inquieto pelo suspense, eu já suspeitava o que seria.
-Então, eu e a Cleonice estamos...
-Namorando? -Eu terminei a frase para ele, já estava enrolando demais.
-Yago! -Minha mãe falou me repreendendo, sua cara era de vergonha.
-Tudo bem, eu já sabia. -Falei dando de ombro e olhei para o Edu e estava sério, sério demais.
-Edu. -Seu Elizário falou percebendo o mesmo que eu.
-Estamos nos conhecendo. -Seu Elizário me olhou bravo e eu dei de ombro.
Eduardo continuava quieto, ele não gostou da situação, dava para ver no seu rosto. Respirei fundo e decidi dar um tempo para ele pensar nisso e depois iríamos conversar.
O jantar foi tranquilo, comi demais, ás vezes eu colocava a mão por de baixo da mesa na perna do Edu, ele me olhava e abria um sorriso sem graça. Teríamos mesmo que conversar.
-Yago, já pensou em voltar para seu estágio? -O pai do Eduardo me perguntou.
-Não sei, acho que sim, quando as coisas ficarem melhores. -Eu falei e ainda estávamos em perigo, não tínhamos certeza que daria para voltar tudo ao normal.
-Sim, tudo vai voltar ao normal em breve. -Ele falou e colocou sua mão em cima da mão da minha mãe. Vendo aquela cena até eu tive um pequeno ciúmes, pior foi o Edu, que levantou na mesa e pediu licença.
Olhei para os dois e depois para Edu saindo da mesa e falei.
-Vou acalmar a fera, e vocês dois, juízos, não quero outro irmão. -Falei sério e depois comecei a rir em desespero imaginando isso. Meu Deus.
Fui atrás do meu namorado xucro. Eu podia entender os motivos dele. Acredito que depois que a mãe do Edu morreu seu Elizário nunca assumiu um namoro com alguém, eu passei por essa revolta quando minha mãe trouxe o Afonso para casa, só que a minha revolta tinha motivo, por ele é um escroto filha da puta.
-Ei, o que foi? -Edu estava fora do restaurante sentando em um banco de espera para entrar.
-Está tudo normal para você saber disso? -Ele foi um pouco ríspido.
-Eu já desconfiava e conversamos sobre isso, e você fala tanto mal do seu pai, desculpa, mas pensei que você não se importava.
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Amor Inesperado (Romance gay)
Roman d'amour(Concluído) A vida as vezes te dar um caminho para percorrer, mas esse caminho é complicado para certas pessoas. Para Yago nada foi fácil desde a perda do seu pai. Se descobrir gay, ter um padrasto abusivo, uma mãe submissa. Então ele toma uma deci...