Estágio

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-Você me chamou aqui, não lembra?

Edu não percebeu que eu estava perto. Cruzei meus braços e fiquei observando a cena.

-Cheila, não é uma boa hora. -Ele estava nervoso.

-Por que não? Ele é sua comida de hoje? -Ela apontou para mim e ele se virou e ficou vermelho.

Acenei com a mão e falei.

-Não querida, só vim beber um cerveja com ele, mas pode ficar, já estou de saída.

Falei indo até ela e passei por ele e o olhei com raiva.

-Prazer em te conhecer, Cheila. -Eu a olhei com desprezo e ela deu de ombro e voltou a olhar para o Edu.

-E aí? Vai rola? -Ela perguntou, mas o Edu não respondeu e foi atrás de mim. Eu estava abrindo o portão da sua casa.

-Yago, espera.

Eu não esperei, quase que corria, ele foi atrás de mim e me puxou.

-Me solta agora. -Eu falei com os dentes trincado de raiva.

-Eu não sabia o que ia rolar entre a gente, eu a chamei antes de você vim.

- A claro, não ia dispensar uma transa. -Eu falei baixo pois a querida estava na porta da casa querendo escutar.

-Yago. -Ele colocou uma mão na cabeça e outra na cintura.

-Eduardo, isso foi um erro. Aproveita sua noite.  -Eu sair e não esperei ele responder e agradeci por ele não ter indo atrás de mim.

Escutei ele gritar com a moça.

-Cheila, vai embora, não quero nada.

-Você virou viado agora? -Essa mulher merecia uns tapas na cara, mas acreditei que era por que estava sendo rejeitada. Não continuei para ver o final da história pois pulei de volta a janela e a tranquei e agora ia trancar ela para sempre.

O que eu realmente esperada dele? Que iríamos namorar? Que ele ia me apresentar para todo mundo como namorado? Ia mandar todas as suas acompanhantes para o inferno?

Eu era muito idiota por ter essa esperança, mas ele tinha me avisado que não era romântico, e nunca escondeu sua fila de ficante.

O único imbecil aqui era eu por achar que seria diferente.

Não me importava muito essa mulher ter chegado, o que me importava era a minha falta de senso em achar que podia acontecer alguma coisa além de sexo com ele.

Estava sim chateado, mas eu ia engolir isso e seguir minha vida. Pelo menos pude provar um pouco antes. Dei risada dos meus pensamentos idiotas. Mas percebi que isso acabou cedo antes que eu me envolvesse mais.

Dormir mais tranquilo, amanhã seria um grande dia, ia voltar minha rotina de aulas, teria muita coisas atrasada que teria que dar conta e também tinha o primeiro dia do estágio, estava nervoso com isso, não sabia o que ia acontecer, nunca trabalhei em um escritório e eu estaria bem perdido.

De manhã eu levantei um pouco mais tarde, já que não precisava mais trabalhar na fazenda.

Fui até a mesa de café e minha avó estava lavando louça e meu avô estava assistindo tv.

-Bença. -Cumprimentei meu avô e pedi bença a minha avó e dei um beijo no seu rosto.

-Como vocês estão? -Me servi com café e fiz uma torrada.

-Não aguento mais ficar aqui. -Meu avô foi até a mesa e se sentou.

-Vô, o senhor trabalhou a vida inteira, acredito que nunca pegou férias? -Eu perguntei a ele e ele deu de ombro.

Amor Inesperado (Romance gay) Onde histórias criam vida. Descubra agora