Jun precisa refazer a habilitação

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    Sabe quando você acorda com a sensação de que seu dia vai ser glorioso? O sol brilhando do lado de fora, os pássaros cantando em sua janela, a comida com um sabor mais doce e o sorriso das pessoas ainda mais radiante? Essa foi a sensação que tive quando acordei. Meu dia seria perfeito.

    Mas no momento em que pisei no restaurante eu soube que as coisas não seriam tão maravilhosas assim.

O primeiro problema começou quando descobrimos que Minhyuk - o funcionário designado para comparecer à feira naquela manhã atrás de comidas frescas - teve problemas com seu cio e gerou uma longa confusão no centro de compras de Seul. Estávamos sem alguns ingredientes naquele momento por causa disso.

    Felizmente Hansol, o gerente do restaurante, se dispôs a procurar pelos ingredientes mesmo todos tendo conhecimento de que naquele horário a maioria das comidas frescas já haviam sido vendidas. Me senti mais aliviado, um problema estava resolvido.

    Mas outra confusão começou quando Wonwoo machucou-se ao preparar um prato especial de peixe. Usando o maçarico para dourar a comida, queimou um dos braços durante o processo. Não havia sido nada grave, mas causou preocupação em todos que estavam presentes na cozinha, inclusive a Seungkwan - ele sempre presou muito a segurança dentro daquele restaurante.

    Wonwoo trocou de lugar com Wheein onde começou a lavar os pratos, uma tarefa mais fácil que exigia menos esforço de seu braço machucado.

    Tudo isso havia acontecido durante o almoço, onde o Adama costumava ficar lotado e tudo se transformava em correria. Minha preocupação para que tudo saísse bem naquele dia me causou uma tremenda dor de cabeça.

    Algumas horas em meu escritório resolvendo a parte burocrática daquele restaurante só pioraram meu humor. Quando abri aquele negócio apenas com Hansol ao meu lado - logo que sai do exército - tudo parecia mais fácil, nunca me imaginei liderando uma equipe tão grande em um restaurante tão renomado quanto o que Adama se transformou.

    - Eu quase consigo ouvir as engrenagens trabalhando em sua cabeça.

    A voz soou da porta, me assustando por quebrar o silêncio que estava dentro daquela sala. Meus olhos encontraram Jisoo, com um sorriso doce e uma xícara de café quente em mãos. O cheiro estava divino.

    - Me assustou.

    - Eu bati, mas você estava distraído demais para me ouvir.

    Jisoo entrou em passos silenciosos e meus olhos se prenderam no modo como ele parecia dançar pelo escritório de forma graciosa. Seu cheiro, que já era familiar para mim, chegou em minhas narinas e, mesmo que fraco, me causou uma sensação calma no corpo. Esse era Jisoo, por onde passava era isso que ele transmitia, calma.

    - Você está me cheirando de novo. - seu sorriso chegou aos meus olhos e não deixei de retribuir. Ele me estendeu a xícara quente.

    - Desculpe, mas você sabe o que sinto com seu cheiro.

    - Tranquilidade. Sim, todos dizem o mesmo. - Jisoo se pôs atrás de minha cadeira, as mãos finas deslizando em meus ombros tão leves como uma flor. - Fico feliz em ser útil.

    - Sinto que quando marcar alguém vou sentir falta da tranquilidade do seu cheiro.

    - Cheol, quando você marcar, não irá lembrar de como é meu cheiro, porque o cheiro da sua dupla será o único no mundo para você. - ditava a frase com a mesma calma de sempre, como se estivesse ensinando as letras para crianças na pré-escola.

    - Não imagino minha vida sendo desse jeito.

    - Ninguém imagina, mas nós sempre acabamos esbarrando com a pessoa certa.

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