As voltas que o mundo da

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O café que haviam escolhido para conversar era tão aconchegante quanto o Adama. Jeonghan estranhamente se sentia bem naquele lugar, a calmaria e o silêncio eram fatores que o ajudavam gostar ainda mais daquele pequeno estabelecimento com cheiro de café fresco e rosquinhas recheadas.

    Jeonghan passou os olhos, do modo mais discreto que conseguia, pela enorme barriga de Hyungwon que era quase impossível não notar. Estava mais que na cara que o ômega estava grávido. Sete ou oito meses, e ele estava lindo. Percebeu que o filhotinho que havia lá dentro já tinha seu próprio cheiro, quase impossível de identificar sua classificação, mas era um cheiro tão aconchegante quanto o do ômega que o carregava.

    - Eu sei que devem estar curiosos para saber o que tenho a dizer, mas eu preciso pedir uma rosquinha ou vou surtar se não a tiver. Vocês podem imaginar como é uma pessoa grávida.

    Com isso estendeu a mão ao alto e uma jovem alfa se aproximou para atende-lo. Anotou os pedidos de Hyungwon que ansiava por suas rosquinhas e juntamente perguntou aos outros dois presentes que iriam pedir algo.

    - Vou querer um cappuccino. - Seungcheol, após fazer seu pedido, se virou ao beta que estava distraído com os folhetos sobre o café que se empilhavam sobre a mesa. - Vai querer algo, Jeonghan?

    - Ah, estou bem, obrigado. - o beta sorriu para a moça que fazia os pedidos e então ela se retirou.

    - Me desculpem pela abordagem de antes. - sussurrou Hyungwon parecendo extremamente envergonhado. - Eu vi que vocês procuravam tanto por esse Jeonghan e com o episódio estranho que aconteceu a alguns dias, resolvi que talvez fosse o certo contá-los.

    - Episódio estranho? - Jeonghan se encostou na mesa gelada, a parte superior do corpo inclinada para ouvir ao ômega um pouco melhor.

    - Eu... - Hyungwon estreitou os olhos por poucos segundos antes de voltar a falar: - Eu posso saber o nome de vocês primeiro? É um pouco desconfortável não saber como chamá-los.

    - Choi Seungcheol. - o alfa estendeu a mão sobre a mesa para se cumprimentarem. O ômega lhe ofereceu um sorriso calmo.

    - Já ouvi seu nome. Você é dono daquele restaurante chique em Jung-gu. Você é famoso, Seungcheol.

    - Obrigado, eu acho.

    - E você é...? - os olhos do ômega foram para o beta em expectativa.

    - Eu sou Yoon Jeonghan.

    Hyungwon arregalou os olhos como se tivesse descoberto que seu filho nasceria com três pernas e um par de chifres.

    - Oh, isso é bem mais interessante. - o homem sorriu um pouco mais animado para os dois a sua frente. - Então era você que tanto procurava aquele homem.

    Foi a vez de Jeonghan arregalar os olhos.

    - Como assim?

    - Vou explicar do início. - Hyungwon se remexeu na cadeira estofada tentando achar a melhor posição para si, então apoiou uma das mãos na enorme barriga como se estivesse protegendo-a. - A pouco mais de dois anos eu e meu parceiro compramos um orfanato em um bairro pobre de Seul. A situação era tão precária que assustava, as crianças pareciam tão mal quando chegamos que foi de cortar o coração. Sentimos que era como nossa obrigação ajudar aquele lugar e assim fizemos com tudo o que conseguimos. Algumas pessoas que já haviam passado por aquele orfanato retornavam para ajudar com o que podiam, pois sabiam da situação do lugar. Hoje o Orfanato Pequeno Príncipe se encontra em um estado incrível e as crianças estão bem melhores, conseguimos muitos patrocinadores para ajudarem com aquele lugar.

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