Quente como o inferno

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Jeonghan imaginou se a situação podia ficar pior. Colocar o carro na garagem enquanto tentava ao máximo não tocar em seu próprio corpo para satisfazer suas vontades foi a coisa mais difícil que fez na vida. Ter Seungcheol o encarando como se fosse a única coisa que existisse no planeta também não ajudava sua sanidade.

Pensou se não pareceria um louco se pulasse no alfa e o beijasse até esquecer em que ano estavam. O cheiro dele era convidativo em níveis indescritíveis e Jeonghan não sabia quanto tempo mais aguentaria dentro daquele carro.

Quando o portão elétrico fechou e o motor do veículo desligou dentro da garagem da casa, Jeonghan saltou para fora do carro como se algo o fizesse mal lá dentro - o engraçado era que algo o fazia bem.

Seungcheol repetiu o ato e correu para o lado do motorista para segurar Jeonghan pelo braço quando ele cambaleou até uma parede.

- Me deixa te ajudar.

- Eu estou no cio, não aleijado.

Jeonghan não podia controlar a língua afiada quando Seungcheol o tratava tão bem. Ele não queria ser tratado bem, queria que aquele maldito alfa o jogasse na parede e arrancasse todas as ruas roupas como se não houvesse amanhã.

- Bem esquentadinho esse Jeonghan no cio.

Seungcheol se calou quando recebeu um olhar mortal do ômega.

Jeonghan, que imaginava estar sofrendo com o cheiro do alfa dentro do carro, se viu no próprio inferno quando a porta da casa de Seungcheol foi destrancada e ele foi apresentado a um cômodo cheio de feromônios do alfa.

Pensou em cortar sua própria garganta quando um gemido obsceno passou por entre seus lábios. O rubor em suas bochechas denunciavam sua vergonha, mas seus olhos passeando pelo corpo do alfa quando ele arrancou o sobretudo foi o oposto de alguém com vergonha. Era desejo em sua forma mais pura.

De repente Jeonghan se lembrou de algo.

- Chan?

- Não se preocupe, ele foi dormir na Sofia.

Jeonghan ficou mais aliviado.

Caminhou em passos tortos até o sofá bege. Só então ele reparou na casa em que estava - o cheiro de Seungcheol o distraia demais. A sala era um cômodo pequeno e simples, um sofá em L ocupava a maior parte do espaço, mas ainda cabia uma mesinha de centro preta e um vaso de flor ao lado do sofá. Na estante que segurava a televisão havia alguns porta-retratos pequenos e um cacto de enfeite. Jeonghan imaginou em como aquela casa era a cara de Seungcheol e Chan. Minimalista, mas elegante.

Podia ficar horas divagando sobre o tapete felpudo debaixo de seus pés, mas o cio se fazia cada vez mais presente e Jeonghan enlouquecia a cada instante que Seungcheol se aproximava dele.

O calor se tornou incômodo a ponto de Jeonghan abandonar os bons modos e começar a de despir. Primeiro foi o casaco grosso e depois o moletom clarinho. Começou a soltar o cinto quando ouviu Seungcheol falar:

- Voce pode ficar no meu quarto durante esses dias. Vou para a casa do Hansol enquanto...

- Eu quero passar com você.

O pânico evidente nos olhos do alfa chegava a ser fofinho. Seungcheol recuou dois passos por instinto quando Jeonghan se ajoelhou sobre o sofá.

- Jeonghan, o que...

- Eu is te pedir, mas não imaginei que o cio chegaria tão cedo. - Jeonghan chamou o alfa com o dedo após abandonar a retirada do cinto. - Eu quero que seja com você.

Uma pitada de vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora