Nem todos os monstros são assustadores

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- Não acham que estão sendo exagerados? - Seokmin pronunciou enquanto puxava sua cadeira na enorme mesa posta para o desjejum.

Aquela era para ser mais uma manhã comum naquele restaurante, com conversas altas e barulhos extremos. Alguns bocejos rotineiros eram ouvidos, as risadas infantis eram impossíveis de confundir, mas acima de tudo aquilo, habitava um sentimento de preocupação e zelo ao excesso no ar que não eram comuns no Adama. Talvez se desse pelo silêncio atípico de Soonyoung ou pelo semblante sonolento de Wonwoo, mas sabia-se que a preocupação vinha principalmente do fato de Seokmin ter aparecido para trabalhar.

Sua presença naquela manhã causou tumulto, algumas discussões, Seungcheol inquieto e Jisoo emburrado. Acontece que Seokmin se negava ir embora e tirar alguns dias de folga como havia lhe sido recomendado. Dizia não aguentar ficar longe do trabalho e jurava de pé junto estar bem o suficiente para pelo menos ajudar com algumas coisas no restaurante.

Com muito custo foi decidido não discutir mais sobre aquilo - por hora - e aproveitar o café que havia sido preparado com tanto carinho por um Seungkwan radiante que perambulava pela cozinha enquanto cantarolava alguma música jovem da atualidade.

Seokmin, por sua vez, estava se estressando - mesmo que entendendo o motivo - com o cuidado que todos estavam tendo consigo.

- Eu consigo me sentar sozinho. - reclamou ao que jogava o corpo contra a cadeira delicada. Recebeu um olhar irritado de Jisoo que mesmo com um bico emburrado nos lábios, se sentou ao lado do beta ferido.

- Você veio trabalhar porque quis, então terá que aguentar nossa preocupação. - quem respondeu foi Jihoon que mesmo mantendo sua neutralidade, conseguia demonstrar através de alguns sinais que estava falando sério.

- Só quero que me tratem naturalmente.

- E naturalmente não somos preocupados com você? - Jisoo retrucou sem olhar para Seokmin.

- Você tinha um arsenal de patadas para cada frase que eu proferia. - Seokmin deu de ombros.

- Você merecia.

Jeonghan que observava tudo de canto, apenas como um espectador curioso, sentiu que mesmo os dois soando grossos um com o outro, o ar que os rondava estava mais leve. Se pegou questionando o que havia acontecido para que os dois se dessem tão bem em tão pouco tempo.

Enquanto isso, no outro lado da mesa, Seungcheol mantinha um diálogo com Chan:

- Só tome cuidado.

- Eu sou um alfa, hyung. Sei me cuidar. - Chan revirava os olhos para a constante preocupação do primo.

- Mas não deixa de ser quase uma criança. Muito influenciável.

Chan bufou. Compreendia que Seungcheol estava apenas o provocando, mas não gostava de ser tratado como criança.

- Vou me cuidar, é apenas uma entrega de trabalho no bairro vizinho. Sem falar que vou me encontrar com Sofia lá.

- Confio em você. - Seungcheol deslizou seus dedos pelo cabelo do alfa mais novo que se sentiu contente com a confiança que estava recebendo.

Antes tarde do que nunca. - pensou ele.

- Pare de ser tão meloso e me entregue logo essa talher, Mingyu. - Wonwoo exclamava enquanto tentava desviar dos beijinhos carinhosos que o alfa lhe direcionava.

Mingyu, apesar de contrariado, obedeceu ao comando. Ele não se importava de fazer tudo o que Wonwoo quisesse, mas sentia que a cada instante o ômega rabugento se tornava mais distante e sua tentativa de melhorar aquele humor denso - com beijinhos fofinhos e palavras doces - não estavam ajudando em nada.

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