Jeonghan sentia que ia desmaiar, suas pernas estavam sem forças, seus pulmões não conseguiam mais puxar ar e sua cabeça doía incontrolavelmente.
O pânico que se espalhava por cada mísera célula do seu corpo era tão assustador que alterou seu cheiro em poucos segundos.
Seungcheol sentiu o medo dele, não só por causa do aroma, mas podia sentir emanar o pavor que Jeonghan estava vivenciando parado no meio daquele corredor quase deserto.
A poucos metros deles estava Jaesun. Seungcheol não precisava de qualquer outra confirmação - além do medo evidente do ômega - de que aquele era o homem que vinha atormentando os pensamentos de Jeonghan nos últimos tempos.
Foi difícil controlar a parte do seu alfa interior que estava sedento para ver o sangue daquele médico escorrendo no piso claro sob seus pés. Todo seu ser queria estraçalha-lo com as próprias mãos e fazê-lo pagar por todo o mal que ousou causar em Jeonghan.
Mas sabia que aquela luta não era sua, não tinha o direito de interferir em qualquer situação sem a permissão ou pedido de Jeonghan - por mais que quisesse isso mais que tudo no mundo.
Sua atenção voltou totalmente para o ômega, tão assustado que sua vontade era protegê-lo de todo o mal do mundo. Jeonghan se debateu a sua frente e cegamente procurou sua mãos desesperado. Seungcheol a segurou, tão fria quanto um cubo de gelo, mas não largou por segundo algum, entrelaçando seus dedos protetoramente.
Jeonghan se abrigou em seus braços, tão vulnerável quanto nunca visto antes pelo alfa. Foi assustador, deixou-o sem reação ter o outro mal de tal modo procurando amparo em si. Mas Seungcheol pensava que naquele momento o que importava era mostrar a Jeonghan que ele não estava sozinho, que nunca mais estaria.
Seus dedos esfregavam lentamente o braço do ômega, doce e carinhoso, passando segurança.
- Está tudo bem. Você está seguro.
Jeonghan não o respondeu, não conseguia. Sua mente era um breu completo de inseguranças.
Tensionou o corpo ainda mais quando Jaesun começou a se aproximar, os olhos fixos nos dois, um semblante tão passivo quanto um boneco de cera, assustador e intimidador. Ele era enorme, maior do que Jeonghan se lembrava, uma presença tão imponente, um aroma forte e uma aura pesada.
- Jeonghan? - uma onda de arrepios passou pelo corpo do ômega. Ele tinha certeza que ia vomitar. - Eu não acredito que você...
- Não se aproxima.
Jeonghan não queria gritar. Sentia muito pelas pessoas nos quartos aos lados, mas todos os seus sentidos estavam fora de controle.
- Você precisa me ouvir a...
- Eu não... - Jeonghan tomou fôlego, os dedos esmagando a mão de Seungcheol. - Eu me lembro o suficiente para saber que não preciso de nada com você.
- Se lembra? - Jaesun ficou genuinamente confuso, era óbvio por seu semblante. Seungcheol quase sentiu pena dele, quase. - Como assim?
Jeonghan ponderou sobre sua resposta.
- Eu perdi a memória. - o tom dele foi quase baixo demais para ser ouvido. - Mas lembro o suficiente pra saber que devo manter distância. Você não me faz bem.
- Você não se lembra dos últimos três anos?
Jaesun tinha um brilho nos olhos, mas Seungcheol não conseguia decifrar se aquilo era reconfortante ou apavorante.
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Uma pitada de você
FanfictionJeonghan estava assustado. Um lugar estranho com pessoas estranhas. Estava cheio de perguntas, mas nenhuma delas tinha resposta. Ele perdeu a memória. O que lhe restava? Ele, um beta que não se lembrava de nada, sozinho naquela cidade gigante. O m...