Na penitenciária de Seodaemun, preso por tráfico de drogas, Kim Taehyung acaba se envolvendo em um esquema sigiloso por pura intromissão e acaso. Assim que descobre que Jungkook, um latino respeitado por sua excentricidade e autoritarismo, está tram...
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O alvorecer do sol havia chegado, e com isso a sirene estrídula ressoou para que os detentos despertassem, mas não era como se Kim precisasse dela, já que como esperado não havia nem ao menos dormido. As grades das celas começara a serem abertas, ocasionando um barulho que fazia Taehyung sentir-se em uma cena de filme de gladiadores, em que as grades do coliseu se abriam para mais uma batalha, e bem, Taehyung odiava filmes de gladiadores. Após alguns minutos processando o turbilhão de coisas que passavam em sua cabeça, voltou seus olhos cansados para Jimin, já de pé e ao seu ver bem disposto ao lado da cama. O garoto estava cobrindo sua regata com a blusa de frio amarela chamativa, portanto não notou Kim o encarando atento. O observou fechar o zíper e puxar a barra da veste para baixo em um gesto vaidoso para não deixá-la engomada, e por fim o mesmo pegou em seu colar, especificamente em seu pingente o beijando de olhos fechados, expressando sua admiração por aquele objeto simbólico.
Suspirou alto de maneira indisposta, chamando a atenção do ruivo que sorriu fraco em sua direção se aproximando pouca coisa. O garoto apoiou sua mão no ferro na parte de cima da beliche, curvando o corpo para baixo podendo ver o loiro com mais proximidade. E Taehyung apenas o observava sem reação nenhuma.
— Buenos días (Bom dia) — Park disse de forma animada enquanto notava as grandes olheiras expostas na pele pálida do loiro. — Não preciso nem perguntar se dormiu bem, ninguém ao menos dorme no primeiro dia, é normal.
Taehyung permaneceu em silêncio o observando, um pouco curioso sem entender o porquê de ele estar falando consigo.
— Levanta, a Wendy vai chegar daqui a pouco pra contagem — ele disse a frase que até podia parecer uma ordem, mas sua voz descontraída suavizava a mesma.
— Bom dia — Taehyung respondeu absorto sem contexto nenhum, mesmo sabendo que não seria de fato um bom dia.
Taehyung virou-se de barriga para cima, a fim de encarar o teto do beliche. Escutou os passos dos detentos, frenéticos, e supôs que era por causa da contagem. Pensou em quantos anos iria ter de ficar ali tendo a mesma visão e escutando os mesmos barulhos todos os dias durante cinco anos. O que mais o agoniava era pensar dolorosamente no fato de não ter nenhuma chance de sair dali, não tinha dinheiro e nem família para pagar sua fiança, o que o restava era permanecer ali sem saída nenhuma.
Kim ainda tomando coragem para despertar, levantou-se preguiçosamente posto que o cansaço da noite em claro agora era presente. Esfregou sutilmente os olhos, que estavam claramente vermelhos de tanto chorar. Em seguida pisou direto nos chinelos para evitar o chão frio, e ergueu-se vendo tudo girar tonto de exaustão. Ao respirar fundo, espreguiçou-se tendo certeza que apesar de tudo, esse colchão era melhor do que usava antes, e pensando nisso, começou a esticar os lençóis, dobrar o edredom e afofar o travesseiro se espelhando na cama de Jimin, garantindo-se que não ficaria nada de errado.
