I still love you | fillie

Prólogo

Embora fosse totalmente familiar, New York não era a mesma. Os olhos de Millie lutavam para manter-se abertos, e seu maior desejo era ir para o hotel descansar. Foi esse mesmo o destino que deu ao motorista do táxi, e em poucos minutos se jogava na cama fofinha do quarto moderno.

Lembrou que prometera avisar a Sadie assim que chegasse na cidade assim que seu nome brilhou na tela do celular. A coitada devia ter ficado preocupada:

- Sads? — Chamou na tentativa de acabar com o silêncio que a mesma instalara.

- MILLIE VOCÊ É LOUCA? FAZ QUASE UMA HORA QUE O SEU VOO DEVERIA TER POUSADO. VOCÊ ME AVISA ALGUMA COISA? NÃO, VOCÊ ME MATA DE PREOCUPAÇÃO, NOJENTA, SEBOSA, CHOCHA, MANCA, CAPENGA E INCONSISTENTE! — Berrou do outro lado da linha.

— Vish.

A próxima frase nem parecia sair da mesma pessoa raivosa e ansiosa da anterior:
— Você está bem?

— Sim. — Saiu em um suspiro.

— Onde você está?

- Agora? — Silêncio. — No hotel.

- Pensava que "assim que pisasse em New York iria falar com eles." — A ruiva repetiu as palavras ditas por Millie, com uma voz irritante.

- Sadie... Me dá um desconto. Eu passei umas quatro horas naquele avião. Estou tão exausta! — Falou se sentando e apoiando as costas na cabeceira de couro. Chegava a ser ridículo o modo como tudo parecia mais escuro para Millie. As borboletas que voavam pelo seu estômago doíam. Isso era a culpa a consumindo e a ansiedade não a deixava em paz.

- Certo, Mills. Mas vai me avisando. Eu quero saber o que está acontecendo por aí. — Disse por fim, tentando soar acolhedora. Sabia o quão difícil isso era.

- Ok, Sads. Eu te amo. Vou desligar. — Falou e ouviu um suspiro da amiga.

- Te amo. Boa sorte. — E a chamada foi encerrada.

Millie sentia-se estava desesperada por dentro. Sentia a angústia, e ódio se si mesma.
   Foi até o banheiro, e tomou um banho para deitar-se mais confortável.
"Se estava assim no auge de seus vinte anos, imagina quando fosse mais velha". Riu da sua própria desgraça e apagou em um instante.