Nota inicial: Sorte, como diz Rita Lee, é fundamental no amor. Achar alguém legal pode acontecer, mas amor? Amor é sorte.
Eu aterrissei na saída do parque mais próxima aos frigoríficos, ciente que eu parecia desalinhada e amarrotada, mas não havia tempo de ir até a minha casa para tomar banho, me trocar ou mesmo para pegar meu rastreador. Teria pelo menos sete horas de atividades maçantes pela frente, mas eu não trocaria aquela noite por estar limpa, linda e alinhada na hora do café da manhã com a família.
Para completar, eu estava com a minha pior roupa de trabalho, suada dos exercícios que fizera e também pelo outro tipo de exercício que eu fizera depois. Sorri feito uma boba e cheirei o meu braço. Bardock tinha deixado um pouco do seu cheiro em mim e aquilo me deixou feliz.
Para minha sorte, a primeira pessoa que eu encontrei foi minha prima Pepper, agora uma garota bonita de 16 anos, muito séria e usando seu uniforme azul marinho da academia de ciências. Ela só precisava mesmo ficar para o café da manhã e aparecer na hora do almoço, afinal, não trabalhava com a gente.
- Gine... – ela me disse, olhando-me incrédula – onde você estava que ontem à noite eu liguei para você para saber mas seu rastreador, mesmo dando sinal de casa, não respondia.
- Ahn – eu tentei pensar numa desculpa, mas mentir nunca foi o meu forte e eu disse – longa história... eu fui fazer meus exercícios no parque e meio que... passei a noite lá... com um cara.
- Prima, não me diz que você dispensou o Mushiro pra começar a pegar mendigos do parque...
Eu ri e disse:
- Não, ele não é um mendigo – eu tive ciência do sorriso bobo que eu devia estar no rosto de repente – é um velho conhecido... da academia.
Os olhos de Pepper se arregaralam e ela perguntou:
- É aquele cara que...
- É! – eu disse rindo e ela começou a pular como quando tinha 12 anos e eu 14
- Isso é muito, muito legal!
A voz chata de Mint nos interrompeu.
- O que é muito legal? – ele apareceu atrás de mim, e eu evitei olhar para ele.
- Não é da sua conta – ela disse, olhando feio para ele.
- Vocês tem que entrar para o salão – ele me olhou – oi prima, dormi contigo por acaso para não receber nem bom dia?
- Nem em sonho, espero.
Ele me olhou, me avaliando e disse:
- Está certo que você não liga para as reuniões. Mas não precisava aparecer assim, maltrapilha.
- Faço isso para ver se fico bem pouco atraente para que você me ignore como eu pretendo te ignorar. – eu disse e entrei, puxando Pepper comigo.
Ela ficou perguntando sobre a noite e eu percebi, de repente, que não conseguiria contar detalhes ou descrever o que havia acontecido entre mim e Bardock. Era algo que pertencia apenas a nós dois, especial demais para ser compartilhado. Disse a ela coisas bobas como o fato dele ter se aproximado de mim por causa da minha cauda solta e o poder dele de luta e foi tudo. Nós duas ficamos dando risadinhas juntas e eu percebi que seria difícil me concentrar naquela reunião.
Bem no meio do café da manhã, o tio Mosha, por acaso um dos mais distantes mas que agora era próximo a Mint, que trabalhava com ele na criação de Iaks disse, olhando por cima da mesa para mim:
- Porque veio à reunião de família com roupas de trabalho, Gine?
Eu olhei para ele e vi, de relance, a expressão maliciosa de Mint, que visava me irritar e me constranger e disse, alegremente:
VOCÊ ESTÁ LENDO
Sonhadora - A História de Gine
FanfictionGine, uma jovem sayajin não nasceu para o combate, mas vai mostrar que ser gentil não é necessariamente ser fraco e que a força interior pode ser maior do que o poder de luta