Pequeno Pedaço de Coisa Nenhuma

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Eu não fazia a menor ideia de quantos anos tinha meu tio-avô Kakarotto, que eu sempre chamara de vovô Só sabia que ele era um sayajin que jamais tivera filhos, mas criara como seus diversos dos meus tios e primos, e também meu pai. A única coisa que eu sabia era que quando eu era criança ele já era velho, então, achava que ele devia ter uns 150 anos – embora essa seja uma idade impossível até mesmo para os sayajins.

Quando eu cheguei, ele imediatamente me ordenou que levasse eu mesma minhas coisas para o quarto e guardasse, completando:

- Do jeito que você não sabe porcaria nenhuma sobre os negócios da família, vai ficar aqui por muito tempo.

Uma coisa me chamava muito atenção no vovô Kakarotto desde que eu era pequena: ele não usava a sua cauda presa na cintura, como a grande maioria dos sayajins, mas, pelo contrário, nunca a prendia na cintura. Eu achava que era porque ele vivia no campo e não tinha tanto risco de ser seguro pela cauda por algum inimigo ou um potencial atacante.

Aliás, o vovô usava sua cauda o tempo todo, era como se ele tivesse uma terceira mão. Foi o que eu reparei quando ele me levou para a cozinha, onde estava preparando uma refeição.

- Você sabe cozinhar, menina?

- Não, vovô, nunca aprendi.

- O que se aprende de útil na academia? Por acaso vocês vão para outros planetas e levam as refeições em quentinhas? Um soldado deveria cozinhar!

- Bem – eu disse – acho que não é prioridade para soldados aprender a...

TOC!

A cauda do vovô Kakarotto me deu um tabefe bem no meio da cabeça e eu me encolhi de dor.

- Se um soldado não come não fica de pé. Todos tem que aprender a cozinhar, porque sayajins comem muito!

- Ai, vô! Precisava me bater com seu rabo por isso?

TOC!

- Isso é por chamar minha cauda, que é meu orgulho, de "rabo". Onde está sua educação, menina?

- Desculpa, vovô...

- Você sabe o que você veio fazer aqui?

- Sim... vim me preparar para trabalhar no negócio da famí...

TOC!

- Ai, vô! Para com isso.

- Isso faz parte do processo de aprendizado. Você está com sorte, se eu não estivesse com as mãos ocupadas, seria com a minha bengala, que é mais dura que a cauda.

- Não sei como vou aprender apanhando – resmunguei, apenas para tomar mais um toco da cauda dele – ai, ai, ai, vô! Tá, eu não sei o que eu vim aprender aqui!

Vovô estava juntando toda comida numa única grande travessa. Era um ensopado de carne, sementes, tubérculos e folhas aromáticas, uma especialidade sayajin especialmente saborosa e nutritiva. Quando terminou ele me encarou e disse:

- Leve isso pra mesa, pequena.

Eu obedeci. A Travessa era enorme e quente, mas eu aguentara coisas piores na academia, então, conseguia suportar o peso. Ele veio atrás de mim, apoiado na bengala e sentamos os dois. Ele me disse:

- Sirva-se, criança.

- Mas o senhor...

- Sirva-se, eu me sirvo depois.

Eu pus uma quantidade razoável e o esperei se servir para começar a comer, então, ele disse:

- O que você veio aprender aqui é como nós, que somos fracos, sobrevivemos tranquilamente no mundo dos fortes sem precisar ser humilhados por eles. O mais forte dos sayajins precisa comer muita carne, e nós fornecemos essa carne, por mais que eles digam que não temos valor. E sabe porque eles nos respeitam e não tomam toda a carne de nós, nos deixando em paz?

Sonhadora - A História de GineOnde histórias criam vida. Descubra agora