06. estou me sentindo usado.

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Pela primeira em dois anos Sabina se sentia como uma adolescente normal, na medida do possível, é claro.

Ela tentava ler um livro, porém repetia o mesmo parágrafo várias e várias vezes por falta de concentração. Os toques de Noah dominavam seus pensamentos, sua pele ainda ardia onde ele havia beijado. Então a morena fechou o livro e pegou o celular, o relógio da tela indicava ser dez e quarenta da noite. Ela desbloqueou o aparelho e fez uma ligação pelo facetime para Bailey, o filipino não demorou para atender.

— Hey! — Disse ele do outro lado da tela.

Hola... — Sabina se ajeitou na cama, e semicerrou. — Onde você está? Tá escuro aí.

— Estou no carro, mais específicamente em frente a casa da Shiv.

—  Olha só, sobreviveu ao jantar! Como foi? — Sabina pergunta, observando o amigo se mexer no banco e acender a luz do teto do carro.

— Não foi tão ruim como eu espera. — Disse meio distraído com alguma coisa no painel.

Apesar da luz amerela fraca, a morena conseguiu reparar melhor no garoto e soltou uma gargalhada ao ver o que ele vestia.

— É sério que você está vestindo um suéter? — Sabina gritou, quase deixando o celular cair, seu rosto estava vermelho de tanto rir.

Bailey bufou do outro lado.

— Se você me zoar, eu vou desligar. — Disse emburrado.

Sabina sentou ereta, tentando se recompor e limpando as lágrimas do canto dos olhos.

— Ok, ok, ok. Não vou rir... — Fez uma pausa, depois disparou: — tinha que ser suéter? Estamos na Califórnia!

— Hoje o dia estava frio! — Disse em sua defesa.

— Já aqui estava muito quente. — Sabina sorriu travessa. Bailey pareceu confuso, mas imediatamente revirou os olhos ao entender.

— Você e o Noah? Ah, não acredito, Sabina!

O filipino desviou o olhar do celular e mirou em um ponto fora do carro que Sabina, obviamente, não conseguia identificar.

— Acho que a mãe da Shivani está na janela olhando pra cá. — Bailey jogou o celular no console, e desligou a luz do teto, colocando o cinto de segurança em seguida. 

— Ei! Eu ainda estou aqui! — Ele escutou a voz indignada de Sabina. — Por que tudo ficou escuro de repente?

— Preciso desligar, Sabi.

— Não. — Protestou ela. — Você ainda não contou os detalhes sobre o jantar, vem pra cá pra gente conversar melhor.

— Tá bom, em dez minutos estou aí, mas agora eu preciso mesmo desligar, bye...

Sabina se jogou na cama novamente e aproveitou enquanto Bailey não chegava para mexer nas redes sociais. Entrou no instagram e abriu os stories da Diarra, dando de cara com o show de luzes cegantes de uma boate, no storie seguinte ela e Krys faziam caretas para a câmera, ela sorriu da descontração.

Os irmãos Sylla-Wang bombavam nas redes sociais. Diarra tinha sua própria marca de roupas desde os onze anos, que, com a ajuda da mãe famosa, logo estava vestindo várias celebridades hollywoodianas. Krystian sempre gostou do universo da moda e acompanhava a irmã em todos os eventos, porém, só no último ano que resolveu se jogar de cabeça e virar digital influencer.

Isso fez Sabina lembrar que havia prometido ao chinês que o levaria no ensaio fotográfico do dia seguinte. Ela bufou, deixando o celular cair de sua mão.

tell me why • urridalgo Onde histórias criam vida. Descubra agora