Foragida, especialista em furtar coração.
Acordar tarde sem ter que se preocupar com o trabalho é tudo de bom.
Levantei calmamente, devia ser uma hora da tarde, minha preguiça falava mais alto do que o galo que cantou às 5 da matina. Fui na cozinha fiz um Nescau, peguei alguns biscoitos e um pote abandonado de leite moça na geladeira, subi pro quarto, me enfiei de baixo das cobertas e liguei a TV, fiquei vendo maratona de Ben 10 até de tarde, comi isso tudo e fiquei bem. Ouvi a campainha tocar. Calcei as pantufas e desci.
- Já vai! - gritei da escada.
Abri a porta era a Clara. Quando a vi já comecei a chorar feito uma criança.
- Ei, Ana. Calma... O que foi? - disse entrando e me abraçando. - Senta aqui... - me colocou sentada no sofá. - Para de chorar e me conta! - ela sentou do meu lado.
- O Daniel é um idiota! - choraminguei. - Sempre assim, ele vem e me faz feliz, depois some como se eu não fosse ninguém! - chorei feito criança. - Pedi demissão! - chorei mais ainda e vi os olhos dela se arregalarem.
- Ana... O que você pensou? Que o Daniel fosse te sustentar? Você é uma mulher agora, cara. - limpou minhas lágrimas.
- Quero minha mãe! - chorei mais alto ainda, mergulhei a cabeça na almofada.
Ela passou bastante tempo tentando me converser de que o Daniel e todos os homens, realmente, eram uns idiotas. Ela fez um brigadeiro de panela e me comprou um pote de sorvete, saiu de lá me deixando feliz, pelo menos em partes.
- Obrigada, Cla. Foi bom...adorei. - sorri e abracei ela sem medir esforços.
- Parece que eu senti algo de errado contigo, mocreia. Vê se você se cuida, deixa ele pra lá... O que tiver que ser, será. - ela sorriu e me lembrou minha mãe.
Eu precisava de uma noite de festa, ia ser naquela noite, plena terça-feira e Ana tentando afogar as mágoas por causa de um metido de Niterói. Ana Montine se arrumando pra sair! Vesti um short jeans, uma havaiana mesmo, - quem disse que você tem que ir apresentável pra beber? - uma camisa regata branca, peguei as chaves do carro e o Bob, enfiei ele dentro do carro, ele obedeceu, se sentando no banco do carona.
Fui pra Lagoa, andei de bicicleta e o Bob correndo atrás, corri pela lagoa, adivinha? Com o Bob atrás. Ele era meu companheiro, me obedecia e me escuta chorar sem reclamar, ele nem ligava quando eu o sujava todo de lágrimas ou quando eu não parava de falar, ele sempre esteve comigo. Realmente, melhor amigo do homem.
Sentei no banco, descansando, o Bob ficava correndo atrás das crianças, todo mundo adorava ele. Eu fiquei bebendo um guaravita e, observando aquilo tudo, notei que a vida é bastante boa se nós olharmos os detalhes, e era o que eu estava querendo... Observando cada detalhe minucioso, percebi que era aquilo o que eu queria, detalhes.
Fui pra casa, morta. Entrei com o carro na garagem e abri a porta pro Bob, coloquei ração e água e ele parecia bem feliz. Dei um chamego nele e me virei pra entrar.
- Ei. - virei pra trás imediatamente, sem nem saber se era comigo. Era o Daniel.
- O que pensa que está fazendo? Seu idiota.
- Calma, posso explicar...
- Acontece, senhor Daniel, que eu não quero mais explicação nenhuma! Quero que você vá se catar e depois que se catar, vê se vai pra puta que te pariu. - sai andando com raiva pra dentro de casa, bati a porta com bastante força. Pensei, depois de uns 20 segundos, abri a porta novamente e fui até ele.
- Sabia que ia voltar... - ele sorriu.
- Aliás, sua mãe não tem culpa de ter um trouxa! - dei dedo do meio.
E dessa vez entrei de verdade, me tranquei lá dentro. Olhei pela janela ele fazendo carinho no Bob pela grade, abri de novo a porta.
- Bob entra! - ele veio. - Sai do meu quintal, seu estranho. - bati a porta e chorei de novo.
Bob me consolava, me dando umas lambidas molhadas na bochecha, abracei meus joelhos e mergulhei a cabeça nos braços. Meu celular não parava de tocar um segundo, o Daniel ligava sem parar, fora as mensagens que ele deixa no whatsapp ou na caixa de entrada do celular mesmo.
Fui pra cama, eu o Bob, abracei ele como se fosse um urso de pelúcia, ele reclamava bastante.
- Para Bob, você tem que me amar.
E dormi. Sonhando, incansavelmente, que um dia eu e o Daniel iriamos viver tranquilamente e que ele pudesse esquecer o jeito irresponsável dele.
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linda, louca & mimada [1] - Caroline Raicco
Fiksi RemajaPRIMEIRA TEMPORADA. Essa é uma ficção. PRIMEIRA fic com esse nome. NÃO AO PLÁGIO! Fic inspirada na canção da banda de Rap Oriente. Ela só quer viajar, ela só quer viajar Da night pra praia, da praia pra casa, da casa pro lar No drop alucinante c...