linda, louca & mimada [1] - Caroline Raicco

PARTE XVII

ESCRITA POR DANIEL.

Saiu de lá sabendo que não tinha sido boa impressão, depois disso começou a novela e toda a bolação. O pai dela veio cheio de caô de proibição e pra vê-la todo dia era uma missão.

Nem precisa falar nada né? O pai da Ana era um chato de galocha. Deus que me livre!
Eu queria estar com ela mas tava sendo foda, desde que ela saiu de casa o pai dela vive vindo atrás de mim, cheio de caô e perseguição.

Eu queria o mundo inteiro e o pai dela não entendia, ele achava que eu tinha que viver sem harmonia, descansado igual eu, nunca seria.
Depois do jantar chato e sufocante fui pra casa apertar um.

- Bença mãe.

- Oh meu filho, como foi?

- Foi tudo ótimo. A família dela é meiga. - gargalhei - Mentira, foi uma merda, o pai dela é chato pra cascalho.

- Ah meu Deus. Mas se você gosta dela vale a pena né, Daniel?

- É mãe, claro que vale. Vou dormir... Se precisar me chama, em. - beijei-lhe a testa e dei boa noite.

Subi pro quarto devagar e fechei a porta, abri a gaveta e comecei a missão, antes liguei pro Jean aparecer lá em casa e estalar comigo.

- Fala sério, mano... Véi chato.

- Precisa conhecer ele também. - eu tava sentado na janela, de costas pro quarto e o Jean largado no chão, perto da cama.

- Tá malucooooo! Minha mina foi tranquila e a família dela também.

- Mas a Ana é diferente. Sei lá, ela tem o que eu não encontrei nem na Malu.

- Malu era uma doida! Vive me ligando procurando você, cansei de dizer que eu não ando mais contigo. - rimos.

Sentado na minha janelinha, continuei a guerra na minha mente, dropei e logo em seguida fui deitar. Apaguei.
Acordei com o Jean roncando, com a cabeça debaixo do meu suvaco, levantei meio cambaleante e rindo alto, tão alto que ele acordou sem entender nada.

- Caralho Jota, barguei...

- Vai pra casa, torrada!

- Vou memo, até amanhã?

- Claro! - apertei a mão dele e o filho da puta desceu pela minha janela. - Viadooooooo!

- Filho? - dizia enquanto batia levemente na porta.

- Entra mãe...

- Cheiro de incenso moleque, apaga isso.

- Ta bom! - ri alto e deitei pra dormir de verdade, agora essa vai.

Na manhã seguinte, acordei arrotando e passando a mão na barriga. Catei meus pares de chinelo, calcei e fui descendo a escada bocejando.
Minha mãe tava lavando louça, abri a geladeira e peguei iorgute, sentei na sala e fiquei vendo TV.

- Daniel?

- Oi? - abaixei o volume da TV, estiquei o pescoço pra ouvi-la.

- Jean passou aqui te procurando, pediu pra você ligar pra ele.