Até que eu brotei numa margem danificada e lá quando eu aperto start é uma arte, prova pros adversários que tá pronto pro combate!
Passaram-se dias e noites, cada uma delas mais dolorosas que a outra, mas eu tinha que me por no lugar. Esquecer o Daniel seria uma tarefa difícil, mas com total precisão. Como dizem "foco na missão!".
Eu logo comecei a dar aula de biologia em 3 escolas mais ou menos do bairro. Eu dava aula pro 1° ano médio do segundo grau, não era o que eu queria ainda, mas OK. Meses se passaram e eu continuei na "mesmisse". Era um dia qualquer quando eu decidi almoçar num restaurante, - aquele restaurante que todas as lembranças foram construídas - encontrei aquele porteiro, aliás, o nome dele era Gabriel. Eles estava de calça jeans, um tênis qualquer e uma camisa pólo, meu olhos se encheram de esperança quando o vi.
- Oi, Ana. - me abraçou - Como você está? Quanto tempo... - ele dizia me admirando, me notando e sorrindo livremente.
- Cara... Oi, - sorri - É verdade! Eu tô bem, tô levando e você?
- Bem também. Você linda como sempre, desde o dia em que te conheci. - ele sorriu novamente.
- Deixa de ser bobo... - gargalhei timidamente e empurrei, devagar, ele pelo braço.
- Devíamos marcar pra sair... - ele me pareceu tímido, mas mesmo assim, fez o convite.
- Com certeza, você devia me ligar mais.
- Vou ligar, não se preocupa. Aliás, quer ir hoje pra algum lugar?
- Quero! - disse empolga - Quer dizer, adoraria. - me consertei e ele riu.
Sai de lá com cara de feliz da vida, fazia tempo que eu não saia com ninguém e nem via o Daniel, graças à Deus. Finalmente, alguém que sabe do meu potencial resolveu coagir comigo.
Eu fiquei preparada pra chegada do Gabriel, a maioria dos caras que já conheci eram menos prestigiados do que eu, por exemplo: eu tinha carro e eles não, eu terminava a minha faculdade e eles nem começaram. Então, tô torcendo pro Gabriel ser o aumentativo disso tudo e, se der, mais um pouco.
Eu vesti um cropped rosa e uma saia preta larguinha de cintura alta, um tênis preto da Vans, - voltando pra minha adolescência - e assim fiquei aguardando ele me ligar. Eu, meio, que tinha trauma de ligações, as pessoas nunca me retornavam e nunca me procuravam mais, quase decidida que o problema realmente era eu.
Ouvi umas buzinadas do lado de fora e olhei pela janela, era quem eu aguardava. Sai de mansinho pro Bob não me notar, peguei as chaves de casa, tranquei tudo direitinho e fui em direção ao carro. Ele abriu a porta pra mim e eu entrei.
Tocava uma música agradável, parecia jazz, não reclamei, jazz também fazia o meu estilo.
- Tá animada? - eu sorri e concordei, balançando a cabeça. - Ótimo. Vou te mostrar um lugar que gosto muito de ir.
Não era tão tarde, devia ser umas sete da noite. Paramos de frente a uma Igreja Católica enorme, - nada contra os católicos, adoro vocês, mas levar uma menina pra um suposto encontro não seria legal uma igreja, dica pra vocês - ele saiu do carro sorrindo e eu sem entender nada, minhas roupas nem combinavam com o local.
- Chegamos! - ele disse numa empolgação fora do normal.
- Igreja? - olhei com a face sem expressão alguma.
- É! - ele riu intensamente. - Gostou?
Como me livrar dessa? Tava sendo legal demais pra ser verdade.
- Sou budista, Gabriel. - nosssssssssa, eu não acredito que falei isso, mas mantive a postura, sem rir.
- Meu Deus, Ana. Devia ter me avisado antes, desculpa. - ele entrou no carro desesperado. Eu abri a porta do carro, coloquei a cabeça pra dentro sorrindo e sussurrei:
- Não se preocupe... Vou pra casa.
Fechei a porta e sai andando, nem sabia onde eu estava, mas sabia muito bem pra onde eu iria. Fui pra uma rodoviária antiga, meio caidinha, encarei uma fila enorme pra pegar um ônibus que ia pra Niterói. É, exatamente... Niterói, eu sei do que eu preciso, não adianta fugir do que só ele me agrada.
Você é a droga que eu gosto!
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linda, louca & mimada [1] - Caroline Raicco
Teen FictionPRIMEIRA TEMPORADA. Essa é uma ficção. PRIMEIRA fic com esse nome. NÃO AO PLÁGIO! Fic inspirada na canção da banda de Rap Oriente. Ela só quer viajar, ela só quer viajar Da night pra praia, da praia pra casa, da casa pro lar No drop alucinante c...