PARTE XII

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Itaquatiara tá a nove pés.

- Eu venho pra cá sempre... - descemos do ônibus e andamos umas três ruas pra frente do ponto.
Já devia ser mais de seis da madruga e o Sol já ia fazer o espetáculo dele.

- Espera só até o Sol resolver nascer.

- Tô ansiosa...

Chegamos na orla, ela pisou na areia e ficou pra trás enquanto eu me aproximava mais um pouco do mar.
Ela mergulhava seus pés na beira do mar, onde as ondam quebravam pequenininhas.
Eu fiquei um pouco distante, uma coisa que eu amava era o Sol nascendo, toda vez que eu o via era uma sensação nova que eu sentia. Renovação, foco, força, equilíbrio natural, purificação da alma e fé.

Senti o vento bater e o nariz ardia de tanto ar que queria entrar nos pulmões. A gata balançava os pés dentro da água salgada e clara.
E ela me atraía e cada riso, meu coração passou a ser dela.
Sentei na areia seca, ajeitei o boné colocando a aba pra trás. Apoiei as mãos na areia gelada e fiquei admirando aquele show.

- Aqui é lindo! Não sabia que morava tão longe...

- É, eu adoro isso tudo. Eu também penso bastante aqui...

- Nem fala, te faz refletir. É como se a gente soubesse que o mundo não termina nunca. - ela sorriu e partir dali tive a certeza de que nos daríamos bem.

Eu admirava os seus olhos, era de tudo o que eu precisava, ela evitava me olhar nos olhos, natureza e um sorriso angelical. Ela se aproximou, sentou mais pra perto, eu continuei olhando pra frente e sorrindo. O Sol nasceu, e a cada centímetros que ele subia ela sorriu exageradamente!

- Você fica maravilhosa com a luz do Sol... - e seus olhos encontraram o meu, de um jeito caidinho ela se aproximou, eu não hesitei, fui me aproximando também.

- Ana. - ela sorriu bem de perto do meus lábios e quando ela falou o nome dela eu me arrepiei totalmente. Então... Era Ana!

- Daniel... - também sorri exageramente, meus olhos voltaram de encontro a boca dela.

E de tudo o que eu me lembro, a parte do beijo foi a melhor.
Levei minhas mãos até a nuca dela, beijei seu queixo, subi pra bochecha enquanto ela permanecia de olhos fechados, alisei sua nuca e senti seu corpo se arrepiar, sorri em demasia e beijei o pescoço na intenção dela voltar a me beijar.
Senti a mão quente e úmida tocar as laterais do meu rosto, num simples gesto tudo ficou mais gostoso. Avancei pro beijo e ela retribuiu, foi a melhor sensação do mundo, pareci estar tão longe e tão perto ao mesmo tempo.

Viram o pôr do Sol e ficaram agarradinho! Foi difícil a despedida mas ela teve que ir.

linda, louca & mimada [1]  - Caroline RaiccoOnde histórias criam vida. Descubra agora