Recontruído

Sete

Henry Holloway

Uma vez minha mãe me disse que até os mais fortes possuem fraquezas. Ninguém é forte o suficiente por si só durante a sua vida inteira.

Eu como o babaca que era, nunca concordei com essa afirmação, eu acreditava que era apenas drama e que existia perfeição sim.

Me assento em um banco de frente para a Fontana de Trevi. Era tudo tão lindo aqui, tão calmo, tão diferente das ruas movimentadas de Nova York. As buzinas, os chingamentos, estar ouvindo o silêncio estava me deixando totalmente relaxado.

Tirei o dia para dar uma volta nas ruas de Roma, eu logo voltaria para Nova York e eu queria usar este tempo para aproveitar e passear um pouco.

A vida na mídia era realmente difícil.

As notícias circulavam rápido demais, eu estava na capa de milhares de jornais e revistas de fofocas do mundo inteiro, sem contar nas redes sociais.

As opniões se dividiam entre me odiar e me amar, incrívelmente não tinha meio termo dentro disso.

Alcanço meu celular no bolso da minha calça e vou nos contatos, seu nome aparece na minha tela e eu encaro seu número fixamente.

Tenho que ser forte para não clicar em seu nome. Eu queria ligar para ela e desabafar sobre tudo, eu queria que ela me falasse que ficaria tudo bem, que ela estaria vindo me encontrar para me acalmar e que depois disso me levaria para sua casa.

Mas isso não iria acontecer.

— Tentando se livrar de pensamentos ruins? — Ryan surge atrás de mim e se senta ao meu lado.

Viro para encara-lo surpreso por estar aqui.

— Queria me livrar das coisas ruins, não só de pensamentos.

Ele põe suas mãos em seu bolso do casaco e se arruma para ficar mais confortável.

— Eu deveria receber um prêmio por aguentar você por todos esses anos. Você me dá muito trabalho, amigão.

Sorrio para ele e minha mente vaguei lembrando de tudo que passamos nos últimos anos.

— E eu pensava que nós enfrentávamos dificuldades antes. —comento à ele.

Ele solta uma risada curta.

— Até estar vivendo no mundo da mídia, não é? — ele levanta suas sobrancelhas a mim e eu assinto com a cabeça. — Tive o mesmo susto que você quando comecei a lutar.

— Isso foi escolha minha, não posso reclamar de barriga cheia. — dou de ombros um pouco extasiado. — As vezes não consigo acreditar que realmente estou caminhando, você tem noção de quão incrível isso é?

Ele assente com a cabeça, seus olhos brilhavam.

— Eu tenho, você é um grande exemplo Henry. Depois que fizeram o teste em você, mais pessoas com o mesmo problema estão voltando a andar. Até agora, nenhuma cirurgia levou a óbito.

Me viro bruscamente para ele.

— Espera, que?! Como você sabe disso?— pergunto em confusão.

Ele sorri levemente.

— Eu pedi para que o hospital me avisase todas as vezes que tivesse essa cirurgia. Eu gosto de estar por dentro e, além disso, eu sempre as financio. Ou seja, essas pessoas não precisaram pagar nada.

Minha boca se abre em completo espanto.

— Então você ajuda essas pessoas e nunca me falou nada?