Recontruído

Dezenove

Austin Letter

Eu queria matar Ryan.

Demos à ele uma pequena e simples instrução, e mesmo assim ele conseguiu não cumprir com ela. Era para proteger Riley, cuidar para que nada acontecesse.

E agora estávamos na Rússia, atrás deles com um carro alugado do aeroporto porque ele não conseguiu fazer isso.

—Que merda, ele está se movendo muito rápido. — Henry diz ao observar o rastreador do celular de Ryan se mexer.

Olho pela janela e observo as pessoas e a cidade. Era a primeira vez que eu estava na Rússia, eu queria pelo menos apreciar um pouco a vista.

—Vai ver eles estão em algum carro ou algo do tipo. — comento tentando o tranquilizar.

—Olha!!— ele grita e joga o celular para mim me fazendo pular de susto em meu assento. — Eles pararam, é o nosso momento.

O pontinho vermelho realmente havia parado. Com isso, Henry acelerou e eu tive que me segurar para não ir para frente com tudo quando ele ultrapassou um carro.

—Vai com calma, não quero morrer em um país onde ninguém nos conhece. — digo à ele me segurando firmemente no cinto quando ele acelerou mais ainda.

—Diga por você, eu já lutei aqui e também ganhei. Eles me conhecem. — diz se sentindo vitorioso.

Reviro meus olhos para ele.

—Afinal, que país você ainda não esteve?

—Bem, eu adoraria conhecer algum país da África algum dia. — diz de forma humilde.

Henry ultrapassa mais carros e logo estávamos mais próximo do ponto do que imaginávamos.

—Se continuar dirigindo assim, você nunca irá conhecer! — grito à ele sob a adrenalina quando um carro quase bate no nosso.

Ele me lança um sorriso malicioso.

—Relaxa, eu nunca deixarei você se machucar. Mas quanto mais tempo perdemos, pior pode ficar as coisas para eles.

Eu odiava quando ele tinha razão.

Depois de correr por alguns longos minutos de carro, Henry dá uma freada perigosa e nós vamos com tudo para frente.

Sua mão me puxa para o banco enquanto seu braço bate na direção segurando o volante.

—Droga, desculpa. É aqui. — ele diz apontando para um portão enorme.

Levo meus olhos na direção falada e minha boca cai.

—Não pode ser...

Havia uma mansão enorme bem na nossa frente, meus olhos brilham de admiração pela enorme vista, parecia uma fortaleza.

—Porque Riley iria querer sair daqui? — Henry pergunta abismado.

—Talvez nem todo mundo se importe com mansões e dinheiro. — digo à ele sendo ríspida.

Minha paciência estava longe desde o momento que ele começou a andar rápido.

Ele suspira pelo nariz e desliga o carro.

—Quer saber? Na próxima sua eu irei deixar você sozinha nesse país e ir embora. E não, eu não vou voltar.

Solto uma risada alta.

—Henry, você obviamente voltaria.— ele abre a boca para contestar, mas eu o corto.— Agora pense, como vamos entrar?

Ele, desistindo de discutir comigo, se ajeita no banco retirando seu cinto e observa a mansão atentamente.