Vinte

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Austin letter

Eu ainda estava extasiada com tudo que havia acontecido nas últimas 24 horas.

Primeiro eu fiquei noiva de Henry, depois ele fez minha família toda acreditar que eu estava grávida, logo em seguida tivemos que pegar um voo para Rússia para salvar minha amiga das mãos de seu pai malvado. E agora estávamos em um avião, ou melhor, jatinho particular de um homem muito poderoso da Rússia,  indo a caminho de casa.

E no meio disso, Henry deu uma surra no segurança do Sr. Makarov.

Quando eu vi a cara do homem, meu coração pareceu errar as batidas e minha respiração pareceu ficar pesada. Aquele cara era o responsável por muitos pesadelos meu depois do que aconteceu no estacionamento da faculdade.

— Não consigo acreditar em tudo que aconteceu hoje.— digo para Henry que agora já estava mais calmo.

Assim que Henry recuperou seu autocontrole na sala de Makarov, ele me puxou pela mão e nós tirou de lá o mais rápido possível entrando no avião.

Percebi o porquê dele ter feito isso quando vi em seus olhos o desespero, ele estava um pouco alterado tendo uma nova crise de pânico.

Sentei ele no assento do avião e ele logo me puxou para o seu colo. Não fugi de seu toque, eu sabia que ele precisava disso e eu senti que suas mãos estavam tremendo e seus lábios também.

Levei tempo para tentar o acalmar, mas logo ele conseguiu regularizar sua respiração e depois deitou sua cabeça em meu pescoço.

Eu acariciei seus cabelos enquanto ele descansava e eu sentia sua respiração quente na dobra do meu pescoço.

Ficamos assim por longos segundos.

— Infelizmente eu consigo.— ele diz em um tom baixo por estar sufocado em meu pescoço.

Suas palavras me fazem cócegas.

— E eu não consigo acreditar que você me trancou no porta-malas. — digo à ele rindo.

Ele sai de meu pescoço e sorri para mim com aquele sorriso que eu amava tanto.

—Me desculpe sobre isso, mas no final das contas deu tudo certo. Talvez se eu não tivesse feito isso, as coisas não teriam acontecido como aconteceu.

Ele não estava errado em seu ponto.

Dou de ombros.

—É, você tem razão. — ele ergue uma sobrancelha não acreditando no que eu havia dito e eu sorrio para ele.— Não fique tão impressionado com isso.

Suas mãos vão até minha coxa e ele a aperta suavemente.

—Não tem como não ficar, tudo em você me deixa impressionado.

Nossos olhos se encontram e eu sinto uma chama dentro de mim se ascender, a intensidade estava ali, todos os nossos sentimentos sempre estiveram ali.

O brilho no seu olhar era tão marcante, eu posso afirmar que provavelmente o meu  também estava assim.

Com Henry eu me sentia amada, eu me sentia admirada e sabia que ele seria aquela pessoa que nunca sairia do meu lado se eu precisasse.

Infelizmente as preocupações do futuro sempre me puxavam para trás quando eu conseguia ver um fio de esperança na frente.

—Porque você está me olhando assim? — Henry pergunta, mas ele sabia exatamente o porquê.

—Assim como? — pergunto me fazendo de desentendida.

RecontruídoOnde histórias criam vida. Descubra agora