O Bar dos monstros

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  Eu sou o David e vou contar uma história que aconteceu comigo, dizem que eu só estava bêbado ou que estava alucinando, mas eu vou direto ao ponto, eu estava num barco, eu costumo viajar com ele quando estou meio cabisbaixo e eu acho bom ver o mar quando estou mal, me passa uma sensação boa de alivio, eu simplesmente o deixo no meio do nada e fico deitado olhando para o céu, mas dessa vez foi diferente.

Eu estava levando um pouco de comida e água, eu queria ficar uns dias sozinho em alto mar, eu havia terminado meu noivado e não foi uma experiência muito boa pra mim, de qualquer forma eu achei que poderia ficar bem, mas a situação só piorou com o tempo, no segundo dia em alto mar veio uma tempestade muito forte e eu passei por problemas com meu barco, ele quase virou e um raio atingiu o meio do barco fazendo um buraco e ele ia começar a afundar, eu fiquei desesperado e não sabia o que fazer, eu tentei tampar o buraco, mas parecia não adiantar de nada.

Quando eu estava quase aceitando a morte eu vi uma garota saindo da água se agarrando no meu barco, ela era ruiva alaranjado e seu cabelo era curto e eu não consegui ver muito bem seus olhos, a chuva estava atrapalhando bastante, mas eu nem sabia de onde ela havia vindo, eu só achei estranho mesmo, então pensei estar alucinando já, resolvi entrar no clima mesmo e ir conversar com ela.

David: Como você chegou aqui? Quem é você?

Garota: Pode me chamar de Rose e eu vim te salvar.

Ela me puxou pelo braço e me levou para dentro do mar, eu achei que estava me afogando, mas não sentia nada e conseguia enxergar muito bem e eu vi meu barco afundar com toda a comida que havia dentro dele, eu não sei para onde estou sendo levado, mas do jeito que estou acho que não importa mais, eu só fechei meus olhos e aceitei a situação, que talvez eu tenha morrido dessa vez.

Quando abri os olhos eu estava sentado em um píer e a garota ruiva estava do meu lado, eu olhei ela de cima a baixo e notei que suas pernas eram escamosas de tom verde esmeralda, e seus olhos marrons bem claro, ela estava toda molhada, mas ainda sim é muito linda e notei que também estou encharcado, mas onde estamos?

Rose: Você acordou, fico feliz, achei que tivesse morrido.

David: Onde estamos?

Rose: Esse é o Bar das seis ostras, ele é um lugar especial que fica num lugar no meio do nada, é difícil para pessoas normais encontrarem.

Ela disse que é um bar, eu achei um pouco estranho, mas quando me virei eu vi um enorme barril com um letreiro com o nome do bar e as portas da frente eram transparentes, mas como estávamos no píer e era um pouco longe só dava para ver algumas pessoas lá dentro, só que bem ruim de entender se são realmente pessoas normais.

Rose: Vamos entrar?

David: O que? Por quê?

Rose: Você estava triste quando eu te encontrei, talvez isso te anime um pouco, vamos beber!

David: Ah tudo bem.

Eu me levantei e fiquei olhando pra chuva, tudo a minha frente era bem escuro, a tempestade estava deixando o mar bem agitado, era um cenário sinistro, mas como será que vou voltar pra casa agora? Estou sem meu barco, bom acho que vou pensar melhor nisso depois.

Rose: Venha, vamos entrar.

David: Estou indo.

Nós entramos no bar e eu vi todo tipo de criatura, tinha de aquático a voador, humanoides e monstruosos que não conseguia identificar, pequenos, grandes, médios, todos os tipos de monstros se encontravam nesse bar e o barman era um esqueleto e ele estava fazendo carinho em um gato esqueleto também, havia um homem peixe e uma mulher gato sentados bebendo um líquido verde.

Barman: Você trouxe outro humano Rose, acho que você não aprende mesmo né.

Rose: Ele estava chorando quando eu o vi e quando voltei estava chovendo muito e o barco dele ia afundar, eu só quis ajuda-lo.

Barman: Tudo bem, o que vai querer beber cara?

David: Eu não sei, mas eu queria algo que me fizesse esquecer minha ex-esposa.

Homem peixe: Ela morreu? Ou vocês se separaram?

David: Ela me deixou e eu fiquei muito mal com isso, mas preciso superar e mar sempre me ajudou.

O gato se aproximou de mim e começou a se esfregar em mim, o barman pegou um copo e olhou para mim com uma cara estranha, eu achei que ele havia ficado bravo, mas eu ainda acho meio estranho estar repleto de monstros, eu ainda acredito que posso ter morrido e não sei onde estou.

Barman: Beba isso, te fará bem, é uma mistura de sangue de Minotauro com vodca e veneno de cobra, não se preocupe você não vai morrer, mas o gosto ardido te fará passar mal depois, só que esquecerá sua esposa.

David: Eu vou confiar em você, vou beber.

Eu bebi em um gole só e desceu de um jeito que parecia que estava queimando minha garganta como se fosse ácido, mas o gosto era bom e de repente eu vi um globo de espelhos descer do teto e uma musica começou a tocar, todos os monstros se reuniram numa roda e começaram a dançar em uma roda, a Rose me puxou para o meio e começou a dançar também, ficamos nisso por um bom tempo e eu continuei bebendo até ficar muito bêbado, eles me ajudaram a se divertir mesmo eu sendo diferente deles, eu sinto que estou em um lugar melhor agora.

Rose: Você parece muito feliz.

David: Eu sinto que estou num lugar que me aceitam, eu não me incomodaria de vir aqui de vez em quando.

Rose: Seria divertido, mas logo você terá que ir embora, eu vou te levar até a praia.

David: Não, você não precisa fazer isso, eu quero ficar com vocês é mais divertido.

Fiquei um pouco chateado em ter que voltar para o meu mundo, mas eu não sou um monstro também, então eles estão certos, mas seria muito bom poder voltar para cá mais vezes, de algum jeito eu gostaria de voltar.

Mulher gato: Se você for digno um dia você voltara para cá, nunca achamos um humano tão divertido como você.

Barman: Sim, o último que a Rose trouxe nós comemos por ele querer nos matar e levar como troféu e o antes dele queria fazer um zoológico.

David: Ah, isso é realmente terrível, eu só queria me divertir com vocês de novo uma próxima vez.

Rose: Quem sabe na próxima vez você não conheça a nossa cidade e onde vivemos? Mas se acontecer você não voltara para casa.

David: Acho que seria um risco que eu gostaria de correr.

Nós continuamos bebendo e rindo como idiotas, eles me contaram histórias de pessoas que passaram pelo bar e pessoas que eles assustaram durante anos, esses monstros são realmente muito divertidos e apesar do que contam sobre eles, eles não são tão ruins assim.

Eu apaguei de novo de tanto beber e quando acordei eu estava jogado na praia com a roupa toda rasgada e havia uma câmera em minha frente, eu não sabia o que tinha nela e achei melhor só vê quando chegasse em casa.

eu contei para os meus amigos o que aconteceu e eles não acreditaram em mim, só disseram que eu fiquei bêbado e alucinei e que acordei na praia depois de naufragar, eles me ajudaram até chegar em casa e quando cheguei eu dei uma olhada na câmera e havia fotos minhas com a Rose, com o Barman e o pessoal do bar, fiquei muito feliz com isso e acho que vou me encontrar com eles de novo em breve, vou guardar essas fotos para mim, acho melhor não contar para ninguém.

Fim

O Vale dos pesadelos 02Onde histórias criam vida. Descubra agora