O coletor de espíritos

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  Eu me chamo Noah e gostaria de relatar algo que eu vi, isso foi realmente assustador e não sei bem como explicar, mas tentarei explicar da melhor maneira possível, bem por onde começo? Eu consigo sentir a presença de alguns espíritos e consigo ver alguns deles também.

Eu costumo ver alguns espíritos pequenos, eles gostam de roubar moedas e coisas que encontram em baixo de sofás, maquinas e coisas do tipo, eu até que não me importava tanto com eles, mas o que eu vi foi um pouco mais além e eu quase que reajo de um jeito que não devia, tudo começou quando eu tive que sair de casa pela manhã.

Mãe: Noah você pode ir até o centro da cidade para mim?

Noah: Até o centro? Por quê?

Mãe: Preciso que compre umas coisas para mim, para o nosso jantar, seu Pai vai voltar de viagem.

Noah: Ah que coisa boa, essa viagem de negócios dele estava demorando pra acabar.

Mãe: Sim e por isso preciso que você compre tudo o que tem nessa lista.

Noah: Certo, eu estou indo.

Eu voltei para o meu quarto e me troquei rapidamente, peguei minha mochila, o dinheiro e a lista, depois disso desci correndo pelas escadas e dei tchau para a minha mãe e fui direto para o ponto de ônibus esperar o ônibus, enquanto eu esperava eu vi uns pequenos espíritos correndo pela rua nada fora do comum, mas quando eu me distrai outro espírito mais estranho apareceu, logo depois que uma garota chegou.

Garota: Com licença, você pode me dizer as horas?

Noah: Ah claro, é 13h:30min.

Garota: Obrigada.

Eu fiquei surpreso em ver isso, havia um espírito bem alto e esticado atrás dela, ele não tinha os olhos e seu corpo estava pingando muito sangue, eu tentei fingir não estar vendo-o, mas não demorou muito para ele notar que eu podia vê-lo.

Espírito: Vo... você... pode me... ver?

Eu preferi ignora-lo, eu não queria que aquilo se agarra-se a mim ou fizesse coisa pior, mas a garota também percebeu que eu estava com uma cara meio pálida e ficou meio preocupada comigo.

Garota: Está tudo bem? Você parece pálido.

Noah: Estou bem sim, não se preocupe, o meu ônibus está vindo.

Garota: Ah vou pegar esse também.

Eu fiquei muito incomodado quando ela disse isso, aquela coisa não parava de olhar para mim, ela só ficava falando que eu podia vê-la, eu fiquei muito incomodado com aquilo e para piorar a situação a garota sentou-se do meu lado no ônibus para poder conversar comigo, esse tipo de coisa não acontece, então por que justo agora?

Garota: Então qual seu nome? Desculpe é que eu fiquei preocupada por ter ficado pálido.

Noah: Tudo bem, só estou um pouco nervoso, eu sou o Noah e você?

Eu parei de prestar atenção nela e notei que a criatura atrás dela estava se alimentando dos pequenos espíritos que estavam caminhando sobre a janela, aquilo era tão bizarro, eu não sei como eu não podia ver isso antes, mas agora que posso eu não quero mais, não quero mais ver essas coisas!

Garota: Noah? Está me ouvindo?

Noah: O que? Eu me distraí por um instante.

Garota: Bom eu vou repetir, eu sou a Suzy, é um prazer em conhece-lo, está se sentindo melhor?

Noah: Acho que sim, eu preciso descer, já está perto do meu ponto, eu vou no centro comprar umas coisas pra minha mãe, te vejo por aí.

Suzy: Ah eu também estava indo lá, eu vou comprar uns jogos, vamos juntos.

Noah: Não se preocupe, vou ficar bem.

Suzy: Qual é, podemos nos tornar amigos, não se preocupe.

A criatura começou a sorrir para mim com a boca toda suja de sangue, eu fiquei muito incomodado, mas não tinha como essa situação ficar pior, então eu desci do ônibus e ela veio comigo, depois disso fomos andando até uma estação de metrô e fomos pegar o metrô, foi meio ruim por que eu vi mais e mais espíritos andando pelo túnel e pelas passarelas, eu estava me sentindo horrível com isso, eu estava com muito medo, por que está acontecendo isso comigo?

Suzy: Vamos, o metrô chegou, precisamos entrar.

Noah: Certo, eu estou indo.

Nós corremos até a porta do vagão e entramos rápido, eu consegui me sentar e ela ficou de pé na minha frente, eu fiquei um pouco incomodado com a criatura atrás dela, só queria que isso acabasse logo, que aquela coisa sumisse, mas não importava o quanto eu ignorasse, ela não parava de me olhar.

Então notei que vindo do outro vagão havia um homem de capa e capuz escondendo o rosto, ele estava segurando um machado, como ninguém ficou assustado ao vê-lo? Seria outro espírito? Ele saiu cortando as pessoas que estavam sentadas uma por uma, mas não acontecia nada, ele estava chegando perto de nós a cada pessoa que cortava.

Suzy: Está tudo bem?

Noah: Só estou tendo um pouco de falta de ar.

Suzy: Nossa, tome um pouco de água.

Quando ela me deu a garrafa d'água dela, aquela coisa se aproximou e cortou ela pelas costas, ele puxou aquela criatura alta atrás dela e a criatura tentou ataca-lo no rosto tirando seu capuz, eu vi um homem com o rosto deformado e os olhos bem abertos, ele não tinha mais pálpebras e estava sorrindo o tempo todo, por causa disso eu me engasguei.

Suzy: Tome cuidado, você vai se engasgar.

A criatura foi colocada dentro de um saco e o espírito ficou rindo sorridente, depois disso ele pois o capuz de volta e voltou a andar, mas do nada ele parou e se virou para mim e ficou me encarando enquanto sorria, parecia que ele queria falar algo ou que notou que eu podia vê-lo.

Espírito caçador: Eu sei que pode me ver hahaha.

Suzy: Nossa, eu sinto que um peso saiu das minhas costas agora.

Noah: Precisamos sair descer logo.

Suzy: Mas nem estamos próximos do centro ainda.

Noah: Eu não estou me sentindo muito bem.

Depois disso eu me levantei e fiquei meio tonto, a Suzy me segurou e me guiou até a porta, quando o metrô parou nós descemos, estávamos próximos do centro, só precisávamos esperar o próximo metrô e descer na outra estação, eu só queria respirar um pouco e me livrar daquela coisa, mas antes que o vagão se fechasse o espírito voltou a olhar para mim.

Espírito caçador: Você pode me ver hahaha, eu vou atrás de você.

O vagão fechou as portas e foi embora, esperamos pelo próximo metrô e fomos para o centro, depois disso as coisas ocorreram bem, eu fiz uma nova amiga e voltamos para a minha casa, ela ficou para jantar com meus pais e um tempo depois eu comecei a ver espíritos de novo, mas nada como aquela do machado.

Fim

O Vale dos pesadelos 02Onde histórias criam vida. Descubra agora