Antes de mais nada, precisamos falar sobre "crônicas"

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Machado, Drummond, Veríssimo: infelizmente, conhecidos por serem os emissários do caos nos vestibulares.

Deveriam ser conhecidos pelo contrário: pelas centenas de pequenas histórias deliciosas que entregaram.

Em tempos de internet e Wattpad, crônicas talvez não façam tanto sentido, alguns dizem. Talvez porque os jornais que costumavam as publicarem estão morrendo, um a um.

Mas eu discordo. E quero argumentar!

Não dizem que textos de internet devem ser curtos? As crônicas são curtas!

Não dizem que as histórias nos tempos de hoje estão demasiadamente americanizadas? Nada contra, mas as crônicas são tão nacionais quanto piso de caquinho em quintal da Mooca.

Não dizem que os escritos de hoje precisam ser críticos? Não concordo com tal necessidade, mas meu filho, não há nada mais ácido — ou lacrador, ou o que quer que seja — que uma crônica muito bem feita.

Os jornais estão morrendo? Mas, gente... Crônicas cabem direitinho nas timelines de hoje: curtinhas, deliciosas, marcantes... Dá pra ler no ônibus, na fila, na hora do almoço, no banheiro...

Então, por favor: que alguém vá lá e chame as crônicas, digam a elas que sim, a mídia impressa agoniza, mas digam também que para elas a internet é um admirável mundo novo! Que alguém crie um perfil para ela no Facebook, no Wattpad... Porque, se você acha que crônicas estão velhas, na verdade, elas andam mais jovens do que nunca.

Drummond, Machado e todos os grandes cronistas do passado ficariam muito felizes se pudessem saber que as crônicas não tiveram o triste fim de servirem apenas para manter vocês longe da faculdade.

Vamos, gente! Façam um velho feliz! E nem estou falando de mim, só tenho 32.

Crônicas de um Futuro PresenteOnde histórias criam vida. Descubra agora