VI. ➹

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26 de junho de 1803

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26 de junho de 1803.
Leondeon.

SENTADA NO BANCO da carruagem enquanto observava a rua Baker Road através da janela, a caminho do sarau da família Wright, Mary se sentia demasiadamente desanimada. O motivo de tamanha falta de ânimo era que sua fiel confidente, Lylia, não poderia comparecer ao evento por razões “pessoais” e por “sentir-se indisposta”. Obviamente era mentira, pois Lylia estava mais do que empolgada e saudável no dia anterior, tagarelando sobre o quanto os saraus dos Wright's eram divinos e estupendos. Por isso, Mary supôs que Michael estava ocupado demais com seus afazeres, o que significava que ele não estava disponível. E também significava que se Michael não iria, então decerto ele não permitiria que sua esposa comparecesse à reunião noturna desacompanhada dele.

O sangue de Mary fervia toda vez que pensava nisso. Não era a primeira vez que acontecia algo assim. Desde que regressou, Lylia por inúmeras vezes teve que desmarcar seus compromissos com ela de última hora. Exatamente como hoje. Trinta minutos antes de saírem, quando já estava quase pronta, colocando um vestido roxo com rendas e pequenos bordados de delicadas borboletas como enfeite no corpete, recebera um bilhete de Lylia informando que não poderia acompanhá-la. Isso vinha acontecendo desde o início do casamento de sua amiga. O conde era um pouco ciumento, de modo que não gostava de deixar Lylia sozinha. Mas nos últimos quatro meses esse tipo de situação tornara-se ainda mais comum. E insustentável. Mary sabia que no dia seguinte Lylia visitaria sua casa, querendo ficar por dentro das minúcias do evento. Ela daria desculpas esfarrapadas e Mary diria que seu esposo a aprisionava. Lylia, por sua vez, tentaria desviar o foco do assunto de seu casamento e defenderia Michael a todo custo. Era sempre desse jeito inquietante.
Cansada, a jovem resfolegou.

── Não se preocupe, querida... ── A viscondessa mostrou um sorriso na tentativa de confortá-la. ── Serei uma ótima companheira substituta.

John, sentado a sua frente, emitiu um som baixo que parecia uma risada e comprimiu os lábios. Estava se divertindo com o sofrimento que a pobre irmã teria de suportar durante a festividade inteira.

── Tenho certeza que será. ── Mary murmurou, sem se preocupar com o sarcasmo evidente em sua voz.

A viscondessa fingiu não ouvir a filha e abriu sua bolsa de mão, tateando-a à procura de alguma coisa. Quando achou, entregou a John um papel perfeitamente dobrado.

Nuances Na Paleta Do Amor | TH | Onde histórias criam vida. Descubra agora